Em mais um passo da estratégia orquestrada para fazer frente ao domínio do PSDB no maior colégio eleitoral do País, o Palácio do Planalto escalou ministros para percorrerem o estado de São Paulo. A partir da virada do ano, alguns dos principais auxiliares de Lula vão reservar os finais de semana para promover projetos e obras federais que servirão de bandeira de campanha para a chefe da Casa Civil e pré-candidata à Presidência, Dilma Rousseff.
O recrutamento começou a ser feito há alguns dias, durante um jantar de fim de ano convocado pelo ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha. A intenção foi assegurar, principalmente, o engajamento dos ministros que têm base em São Paulo ou que estão à frente de pastas que possuem projetos de peso no Estado.
Por enquanto, o esquadrão inclui, além de Padilha, os ministros Fernando Haddad (Educação), Guido Mantega (Fazenda), Luiz Barretto (Turismo), Márcio Fortes (Cidades), Miguel Jorge (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Orlando Silva (Esportes) e Paulo Vannuchi (Secretaria de Direitos Humanos).
Os auxiliares de Lula vão reforçar um plano para ampliar a presença da própria Dilma no Estado. O PT se diz satisfeito com o desempenho da ministra nas últimas pesquisas - em levantamento divulgado ontem pelo Instituto Datafolha, ela aparece com 23% -, mas acredita que chegou o momento de melhorar a exposição em território tucano. São Paulo está sob comando do governador José Serra, que emergiu na semana passada como único nome do PSDB para disputar o Planalto em 2010, após o governador mineiro Aécio Neves anunciar que está fora do páreo.
Preocupação
Uma das principais preocupações tem sido deixar claro ao eleitorado onde estão os recursos federais aplicados no Estado. O PT teme, por exemplo, que Serra capitalize sozinho os dividendos eleitorais de obras que receberam dinheiro da União, como é o caso do Rodoanel, apontado como uma das marcas da gestão tucana. E, mesmo em projetos onde não há contrapartida de Estados e municípios, a avaliação é a de que ainda falta fazer a associação entre essas obras e a candidatura presidencial de Dilma.
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