O Palácio do Planalto já se prepara para mais protestos. O temor é que manifestantes voltem às ruas durante a visita do papa Francisco ao Brasil, durante a Jornada Mundial da Juventude, que começa dia 22 de julho, e nas comemorações do Dia da Independência, em 7 de setembro. No caso da visita do papa, a visibilidade internacional é chamariz para manifestantes, algo que ocorreu que ocorreu nas partidas da Copa das Confederações.

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A avaliação do governo é que não há o que fazer especificamente para minimizar possíveis impactos de eventuais manifestações. Para o governo, esse cenário acaba sendo negativo, já que o Planalto torcia por um período de calmaria que permitisse estancar a queda de popularidade da administração de Dilma, apontada pelas últimas pesquisas de opinião. Logo depois do início dos protestos em junho, pesquisa feita pelo Instituto Datafolha apontou uma queda de 27 pontos porcentuais na avaliação positiva do governo Dilma. Na primeira semana de junho 57% achavam ótima ou boa a gestão da presidente. Em três semanas, esse indicador despencou para 30%.

Dilma não foi a única política contaminada pela crítica dos entrevistados pelo instituto de pesquisa, já que outros administradores, como o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho, também perderam bastante popularidade. No caso do governador do Rio, os protestos chegaram a ser feitos em frente à sua residência pessoal, no Leblon, e também na sede do seu governo.

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Na avaliação de assessores da presidente, a resposta de Dilma foi dada através das propostas apresentadas logo em seguida para a população, como a ideia de defender a aprovação de uma reforma política para valer já nas eleições do próximo ano.

A resistência do Congresso em aprovar algum tipo de mudança nas regras do jogo, num período tão perto das eleições, implodiu as chances da reforma avançar imediatamente. Para o Planalto, entretanto, existe a compreensão de que funcionou a estratégia de marcar posição por mudanças nos hábitos políticos e no combate à corrupção. Nesse caso, a presidente teria feito sua parte deflagrando o debate por mudanças no sistema político, mas teria como passar por cima da vontade do Congresso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.