O vice-presidente da República, Michel Temer, reiterou o compromisso do PMDB em apoiar um candidato do PT na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados. Em entrevista coletiva concedida após se reunir com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), Temer citou o acordo firmado entre ele e o presidente do PT, deputado José Eduardo Dutra (SE), segundo o qual, no primeiro biênio da atual legislatura, os dois partidos se comprometem a apoiar um candidato petista e, no segundo biênio, o apoio será dado a um candidato do PMDB.

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"No tocante ao PMDB, vale o documento e o compromisso firmado, reiterado ontem pelo líder do PMDB na Câmara, Henrique Alves (RN). Ele mencionou expressamente esse documento", comentou Temer. Na avaliação do vice-presidente, é natural, neste momento que outros partidos queiram apresentar candidatos próprios, como é o caso do deputado Sandro Mabel (PR-GO), que tem se articulado para a disputa. "Em toda a eleição para a presidência da Câmara, no momento em que antecede a eleição, surgem as mais variadas hipóteses. Agora, tradicionalmente os partidos que têm o maior número de deputados são os que lançam candidatos com apoio dos demais", afirmou. "Se houver candidatos, são candidatos legítimos. Ai é conversar, discutir e os candidatos irem atrás dos votos."

Salário mínimo

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Temer voltou a dizer que o PMDB não irá apoiar uma proposta de reajuste do salário mínimo que seja um "desastre" para as finanças públicas. "É claro que o PMDB, e seguramente os demais partidos, querem dar o maior mínimo possível aos trabalhadores. Então, o que os partidos naturalmente querem é verificar se há possibilidade de algum aumento nesta proposta inicial de R$ 540" afirmou. "Mas ontem eu deixei muito claro e reitero aqui que o PMDB não vai se opor à tese do governo, se o governo não puder dar mais de R$ 540", explicou.

Questionado sobre qual seria a sua proposta para o salário mínimo, Temer mostrou irritação. "Eu gostaria que o mínimo fosse de R$ 3 mil. Evidentemente, não há condições de responder qual seria o valor correto para o mínimo", limitou-se a dizer.

De acordo com o vice-presidente, não há nenhum desgaste ou constrangimento entre o PT e o PMDB por conta da disputa por cargos e o debate sobre o valor do salário mínimo nesta primeira semana do governo de Dilma Rousseff (PT). "Não há desgaste. No sistema democrático, é isso. Você tem contestações, pleitos e tem de administrá-los. Essas coisas dependem de ajustamento. Não há nenhum constrangimento". Sobre sua relação com a presidente Dilma, ele disse que há um diálogo muito franco entre os dois.