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O novo bloco formado na Câmara Federal deve reunir 202 deputados | Rodolfo Bührer/ Arquivo/Gazeta do Povo
O novo bloco formado na Câmara Federal deve reunir 202 deputados| Foto: Rodolfo Bührer/ Arquivo/Gazeta do Povo

Os líderes de cinco partidos da base de Dilma Rousseff formaram ontem um "megabloco" que restringe a atuação da petista nas negociações para composição do ministério e para a eleição da presidência da Câmara. O blocão será formado por PMDB, PR, PP, PTB e PSC, que fecharam um compromisso na Câmara. Segundo as lideranças desses cinco partidos, o novo bloco ficará com 202 de­­putados.

A criação do bloco pretende amarrar o PT a todos os partidos ao mesmo tempo. Antes do acordo, em teoria, os petistas poderiam "dispensar" qualquer partido aliado e ainda assim ter maioria na Câmara, já que, estima-se, a base de Dilma conta com 372 dos 513 deputados. Se não fechasse acordo com o PMDB em alguma questão, por exemplo, perderia apenas 79 votos, ficando ainda assim com quase 300 votos. Agora, não.

O PT não foi procurado para se juntar ao grupo parlamentar. Com isso, sem ter apoio do blocão, os petistas contam apenas com seus 88 deputados e com alguns outros partidos aliados, como PCdoB e PDT, que não entraram na composição. Nada perto de chegar à maioria, no entanto.

O objetivo do PMDB é forçar os petistas a entregar a presidência da Câmara durante os dois primeiros anos do governo Dilma. O PT teria direito a presidir a Câmara, neste caso, apenas em 2013 e 2014. Os petistas vinham se negando a fechar esse acordo sem que fosse aprovado também um rodízio semelhante no Senado, onde o PMDB tem a maior bancada. Ago­­ra, o PT pode ficar encurralado nas negociações.

Para os outros partidos que entraram no bloco, também há vantagens. O blocão, que pelas regras da Câmara tem o mesmo significado de bancada partidária, terá privilégios em relação às escolhas de cargos na Mesa Diretora da Casa, na formação das 20 comissões técnicas, na indicação das presidências dessas comissões, nas relatorias de proposições, nas presidências de comissões especiais como comissões parlamentares de inquérito (CPIs), entre outros privilégios.

O candidato do PMDB à presidência da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), nega que a tentativa seja de isolar o PT. "Vamos atuar sempre em conjunto, para ajudar a Dilma. Vamos estar sempre alinhados aqui [na Câmara] e fora", disse.

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