Picciani, líder da bancada: peemedebistas da Câmara querem os ministérios da Saúde e Agricultura e o comando da Caixa.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A negociação do vice-presidente Michel Temer com a bancada do PMDB na Câmara sobre o espaço que os 68 deputados peemedebistas terão, por meio de indicações, em seu eventual governo, não estão caminhando bem. Na noite da terça-feira (3), Temer recebeu no Palácio do Jaburu o líder da bancada, Leonardo Picciani (RJ), a quem comunicou que os ministérios que hoje são de indicação do grupo, o da Saúde e o de Ciência e Tecnologia, serão entregues ao PP e, provavelmente, ao PRB, respectivamente.

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Em troca, Temer teria oferecido o Ministério de Desenvolvimento Social, pasta que há anos é ocupada pelo PT e com a qual a bancada peemedebista acredita não ter afinidade. O ministério é responsável, entre outros, pelo programa Bolsa Família. Além disso, o vice estuda oferecer um segundo ministério de pequeno porte, mas que tenha alguma capilaridade, para complementar a cota dos peemedebistas.

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Segundo relatos, Picciani teria alertado o vice-presidente que a mudança poderia provocar uma “rebelião” entre os deputados. O líder argumenta que a bancada do PMDB é maior em número que a do PP, que tem 47 deputados e acertou com Temer o comando dos ministérios da Saúde e da Agricultura e ainda o controle da Caixa Econômica Federal.

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Em resposta, o vice afirmou que haverá “outras formas” de atender a bancada e que é preciso ter calma neste momento. Temer defendeu que é hora de o PMDB ceder espaços a outras legendas, já que tem no Congresso os dois cargos mais importantes, com a presidência da Câmara e do Senado, e passará a ter, caso a presidente Dilma Rousseff seja afastada na próxima semana, a presidência da República.

O assunto deve ser tema de discussão dos deputados peemedebistas nesta quarta-feira. Picciani afirmou a interlocutores que não pretende mais se meter nas negociações e que, se Temer quiser convencer a bancada a aceitar a oferta, terá de chamar os deputados para conversar diretamente. Picciani votou contra o impeachment, mas a maior parte da bancada decidiu apoiar o impedimento de Dilma.