Com a possibilidade de uma eventual renúncia de José Sarney (PMDB-AP) ao cargo de presidente do Senado, os líderes aliados e de oposição começam a discutir, em conversas reservadas, um plano B, que passa pela escolha de um nome que possa substituir o peemedebista no comando da Casa. A cúpula do PMDB no Senado já avisou que não abrirá mão da vaga para o PT. Com dificuldades para encontrar um nome na bancada de 19 senadores do partido, a direção do PMDB já estaria cogitando ceder o cargo para o senador Francisco Dornelles (PP-RJ).
Além de aliado fiel de Sarney, Dornelles tem a seu favor o amplo trânsito com oposição e governistas. Seu nome não enfrentaria resistências de tucanos e democratas. Também é bem visto pelos petistas. Com perfil moderado e considerado um bom negociador, ele é tido "como parte da bancada do PMDB", na definição de um dirigente do partido. Único senador do PP, a sigla forma um bloco com o PMDB do Senado, o que ajuda a credenciá-lo como substituto de Sarney.
Aos 74 anos, Dornelles tem currículo extenso e, em 50 anos de vida pública, não foi alvo de denúncias ou esteve envolvido em escândalos. Sobrinho do ex-presidente Tancredo Neves, Dornelles foi ministro do Trabalho de Fernando Henrique Cardoso, ministro da Fazenda de Sarney e secretário da Receita Federal de João Figueiredo.
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