Visto pelo PT como a tábua de salvação do mandato da presidente Dilma Rousseff, o PMDB deu sinais nos últimos dias de que vai manter um pé fora do governo ao mesmo tempo em que é privilegiado pelo Planalto na reforma ministerial.
No sábado (26), em solenidade da filiação no PMDB da senadora Marta Suplicy (ex-PT), ela afirmou que o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), vai reunificar o país. “Conte comigo para reunificar os sonhos, o país. Vamos todos unir o país”, afirmou Marta.
Temer estava na cerimônia e saiu sem falar com a imprensa sobre a declaração de Marta. Nos bastidores, setores do PT acusam Temer de conspirar contra Dilma para assumir a Presidência após um eventual impeachment da petista. Ele nega.
Temer também causou uma saia-justa com o Planalto ao dizer na sexta-feira (25) a um grupo de empresários que duvida das chances de aprovação de uma nova CPMF pelo Congresso. A recriação do tributo é a principal medida do ajuste fiscal proposto por Dilma.
Estrelismo vermelho
Petistas também não esconderam a insatisfação com a propaganda do PMDB em cadeia nacional de tevê, na quinta-feira (24). O partido disse ser contra o aumento da carga tributária. O PMDB ainda defendeu o fim do “estrelismo” para virar o jogo (o símbolo do PT é uma estrela) e que o Brasil não pode ficar “no vermelho” (a cor do PT).