O discurso separatista cada vez mais forte do PMDB nacional já começa a apresentar reflexos no mapa eleitoral que se desenha nas capitais para 2016. Se em 2012 a legenda marchou ao lado do PT em oito capitais no 1.º turno, esse número deve cair ao menos 50% no próximo ano. Levantamento da reportagem em todas as 26 capitais brasileiras mostra que a tendência é de que haja aliança em quatro delas. Em 15, PT e PMDB devem ficar em lados opostos. A situação é indefinida em sete capitais.
Meta é conquistar Presidência
Com ou sem Dilma Rousseff, o PMDB decidiu que vai trabalhar para manter-se no poder a partir de 2018, mas trocando o Palácio do Jabuti, sede da Vice-Presidência, pelo do Planalto.
Leia a matéria completaA ideia entre lideranças do PMDB é de que a cisão se inicie pelas duas cidades de maior eleitorado no Brasil, São Paulo e Rio de Janeiro, e contamine as demais capitais. A intensa agenda legislativa que os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pretendem imprimir no segundo semestre com vistas a aliviar a situação financeira de estados e municípios se insere nessa estratégia de criar um discurso para atrair prefeitos para a legenda, que detém o maior número de gestões municipais do país.
Em São Paulo, a sigla trabalha com três nomes: Gabriel Chalita, atual secretário de Educação da gestão Fernando Haddad (PT) e candidato derrotado no 1º turno em 2012; Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e segundo lugar nas eleições pelo governo do estado em 2014, e o deputado estadual Jorge Caruso. “Não vamos deixar de dialogar com os outros partidos, mas a tendência é ter candidatura própria”, disse o deputado Baleia Rossi, presidente do diretório paulista do PMDB.
PMDB sonda o PSDB para saber se Temer teria apoio na Presidência
Peemedebistas querem saber, caso Dilma sofra impeachment, se os tucanos dariam sustentação ao governo do atual vice -presidente
Leia a matéria completaO vice-presidente Michel Temer, que é presidente nacional do PMDB, defende cautela antes do rompimento e ainda analisa as reais condições de vitória.
O líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani, também acredita que não será difícil para o partido explicar ao eleitorado no Rio o rompimento com o PT. “O PMDB está no governo para garantir a governabilidade. Não está como um aliado entusiasmado. Acho que a população tem compreendido bem isso.”
Pupilo de Cunha e filho de Jorge Picciani, presidente da Assembleia Legislativa do Rio e do PMDB fluminense, o deputado federal quer disputar a prefeitura carioca, mas terá de enfrentar a disputa interna com outro possível candidato, o deputado federal licenciado Pedro Paulo, secretário executivo de Coordenação de Governo do atual prefeito carioca e seu padrinho político, Eduardo Paes (PMDB). O PT tem a vice-prefeitura do Rio e está dividido quanto à manutenção da aliança.
O descolamento do PT e do Planalto também começa a afetar o debate em outras capitais. “Temos boa relação com o PT, mas a imagem do partido está muito desgastada”, disse o deputado federal João Arruda (PR). O PMDB paranaense deve lançar o filho do senador Roberto Requião, Requião Filho, à prefeitura de Curitiba. Nas últimas eleições, PT e PMDB foram aliados em oito capitais: Maceió, Manaus, Goiânia, São Luís, Cuiabá, Belo Horizonte, Rio e Aracaju. Em São Paulo, Chalita apoiou Haddad no 2.º turno.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink
Deixe sua opinião