Brasília - Principal parceiro do PT no governo federal, o PMDB entrou de vez no foco dos escândalos na Esplanada com as 35 prisões de pessoas ligadas ao Ministério do Turismo, pasta comandada por um peemedebista, o ministro Pedro Novais. Das sete crises no primeiro escalão de Dilma Rousseff até agora, três são relacionadas ao comando do partido (veja quadro abaixo).
Fora o episódio que levou à demissão do ministro da Defesa, o peemedebista Nelson Jobim, a presidente e os petistas têm sido mais cuidadosos no trato dos problemas que envolvem o partido, dono da maior bancada no Senado e da segunda maior na Câmara dos Deputados. Criar atritos com um partido do peso do PMDB poderia desestabilizar a governabilidade em um momento em que Dilma precisará do Congresso Nacional para aprovar possíveis medidas de combate à crise econômica internacional.
Ciente disso, a estratégia do governo tem sido prestigiar os ministros peemedebistas. Na segunda-feira, Dilma disse que reiterava "sem sombra de dúvida" a confiança no ministro da Agricultura, Wagner Rossi. Ontem, o Planalto fez esforços para não deteriorar a relação com Pedro Novais, defendendo-o e tentando desvincular seu nome das denúncias feitas pela Polícia Federal (leia mais sobre isso na página 15).
No Congresso Nacional, porém, o clima em relação ao PMDB tem sido de apreensão. "Ouço nos corredores que tem muita gente do PMDB reclamando, mas está bem claro que não há uma situação partidária. Vale lembrar que também houve gente do PT presa durante a operação [da PF de ontem]", comentou o deputado federal paranaense André Vargas (PT).
"Não vejo nem uma proteção ao PMDB, nem uma perseguição", complementou um dos seis deputados peemedebistas do Paraná, João Arruda.
Interatividade:
A presidente tem poupado o PMDB da faxina que realizou no Ministério dos Transportes, comandado pelo PR? Por quê?
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