O delegado Armando de Oliveira Filho afirmou nesta quinta-feira que a maioria das provas relacionadas ao assassinato do coronel Ubiratan Guimarães já foi colhida. O coronel foi morto no sábado e a polícia confirmou na quarta-feira que as investigações apontam para um crime passional.

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- As provas, em sua grande maioria, já foram coletadas. Estamos trabalhando no aperfeiçoamento e aguardamos alguns detalhes que não dependem da nossa vontade, mas de outros órgãos - disse o delegado.

Nesta quinta-feira, mais oito testemunhas estão sendo ouvidas. O advogado Vicente Cascione, contratado pela família, disse temer que a advogada Carla Cepollina, namorada do coronel, saia do país, pois ela tem também cidadania italiana.

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Cascione afirmou que Ubiratan mantinha um relacionamento com a delegada da Polícia Federal do Pará Renata Azevedo dos Santos Madi e havia rompido com Carla.

- Quem cometeu o crime já estava dentro do apartamento. Não há a menor dúvida de que a arma utilizada no crime era dele - afirmou o advogado Cascione.

Renata apareceu nas investigações como o pivô de uma briga entre Carla e Ubiratan, ocorrida na noite do sábado. A discussão foi admitida por Carla Cepollina em depoimento informal à polícia na segunda-feira. Ela disse que os dois discutiram depois que ele recebeu o telefonema de uma mulher.

Renata depôs nesta quarta-feira na sede da Polícia Federal em Belém e confirmou o telefonema ao coronel. Disse que ligou depois de receber uma mensagem de texto enviada por ele. Carla teria falado com Renata ao telefone e dito que Ubiratan não atenderia porque estavam tendo uma discussão. O pai de Renata negou um romance da filha com o militar e usou como argumento a idade da filha, que tem 25 anos. Ubiratan tinha 63.

Nesta quarta-feira, as duas mulheres do suposto triângulo amoroso tiveram o sigilo telefônico quebrado.

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O nome de Renata foi incluido na trama por Liliana Prinzivalli, mãe de Carla Cepollina. Segundo Liliana, foi com Renata que o coronel teria brigado por telefone antes de morrer, cena presenciada por sua filha. Carla foi a última pessoa a ser vista saindo do apartamento de Ubiratan na noite de sua morte, depois do telefonema de Renata e da suposta discussão.

- Minha filha não brigou. O coronel discutiu com uma mulher chamada Renata, que ligou para ele. Depois da discussão, ele desligou o telefone, mas a mulher ligou novamente e minha filha atendeu, porque ele disse que não atenderia. Ela disse à pessoa que ele não falaria porque estava dormindo. Minha filha também se irritou e discutiu com ela. Mas eles dois (Ubiratan e Carla) não discutiram - disse Liliana, que é também advogada.

Segundo fontes da perícia, Renata havia mandado uma mensagem de texto para o coronel: "Já estou em São Paulo". O advogado Vicente Cascione disse que Renata não veio a São Paulo no dia do crime.

Nesta quarta, Carla Cepollina foi exonerada do cargo que ocupava no gabinete do coronel desde agosto passado. Ela não compareceu ao trabalho nenhum dia, mas teve presença atestada por Ubiraran.Carla Cepollina chega a seu apartamento e guarda embrulho em bolsa Câmeras do prédio em que Carla mora flagraram imagens da advogada chegando em casa às 21h06m do sábado . As imagens mostram que ela guarda um embrulho dentro de sua bolsa antes de entrar no elevador.

Reportagem do jornal 'O Globo' conta que os peritos constataram sêmen nos órgãos genitais do coronel, o que indica que ele teve relações sexuais antes de morrer. No banheiro do apartamento, os policiais recolheram ainda uma toalha suja de sangue, que será submetida a exames para identificar de quem é o sangue, que pode ser tanto de uma mulher menstruada quanto do próprio coronel.

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A calça que Carla usou no sábado, dia em que Ubiratan foi morto, foi entregue à polícia, mas foi lavada.

Em depoimento à polícia, Carla negou o crime e disse que amava Ubiratan e, portanto, não tinha motivo para matá-lo.