A Polícia Federal concluiu o inquérito aberto para apurar as fraudes no Banco Cruzeiro do Sul, que foi liquidado pelo Banco Central em setembro após ter apurado um rombo contábil de R$ 3,1 bilhões.

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Ao todo, 17 pessoas foram indiciadas por crimes contra o sistema financeiro, incluindo os ex-controladores do banco Luis Octavio Indio da Costa e Luis Felipe Indio da Costa. O inquérito foi encaminhado anteontem para o Ministério Público Federal em São Paulo, que deverá fazer a denúncia do caso para a Justiça.

Também foram indiciados Horacio Martinho Lima e Maria Luisa Mendonça, ambos membros do conselho de administração, os diretores Fabio Meyer (Rio), Sergio Capela (Consignado), Marcelo Xandó (Verax), Roberto Valente (Informática), entre outros.

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A Polícia Federal indiciou também pessoas que fizeram operações suspeitas com ações do banco. O inquérito foi instaurado em junho de 2012 após o Banco Central constatar fraudes contábeis e indícios de operações de crédito fictícias no Banco Cruzeiro do Sul.

Segundo a PF, ao longo da apuração foram detectados outras condutas criminosas em fundos de investimento, que deixaram como vítimas dezenas de investidores.

Ex-dono do Banco Cruzeiro do Sul, Luis Octavio Indio da Costa chegou a ser preso por ordem da 2ª Vara Criminal Federal de São Paulo por duas semanas. Luis Felipe, pai de Luis Octavio, foi mantido em prisão domiciliar em sua residência no Rio.

O banqueiro foi indiciado por crimes contra o sistema financeiro e crimes contra o mercado de capitais, além de lavagem de dinheiro. Por esses crimes, ele pode pegar entre 1 e 12 anos de prisão, caso seja condenado.

Segundo o advogado Roberto Podval, que defende Indio da Costa, o banqueiro terá mais chance de defesa quando o caso chegar à Justiça. "Agora em juízo, teremos condições de provar que os fatos são diferente do que foi descrito no relatório policial", disse.

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Antes de liquidar o Cruzeiro do Sul, o Banco Central nomeou como interventor o FGC (Fundo Garantidor de Créditos), com a missão de encontrar um comprador e de negociar com os credores.

O fundo chegou a propor um "perdão" de 49% para os credores, mas a operação não foi adiante pela falta de um comprador para o banco. A venda do banco foi inviabilizada por uma série de questões legais e comerciais. O negócio de crédito consignado já não atraia mais os grandes bancos, que podem fazer esses empréstimos com menor custo nas agências. O comprador teria ainda de trazer pelo menos R$ 700 milhões ao Cruzeiro do Sul. O que mais interessava era um crédito tributário que poderia chegar a R$ 1 bilhão, mas esse crédito foi calculado com base em empréstimos que são contestados.

Cobertura Segundo o BC, cerca de 35% dos depósitos do banco contavam com garantia do FGC. O fundo cobre CDBs em até R$ 70 mil por CPF e até R$ 20 milhões para as aplicações que contavam com seguro especial (o DPGE). Com a liquidação, o banco deixou de funcionar operacionalmente. As unidades do Cruzeiro do Sul foram fechadas, e a maioria dos funcionários, dispensada. As ações perderam todo o valor e deixaram de ser negociadas na Bolsa de Valores. O trabalho em curso do liquidante é fazer um inventário de tudo o que pode ser vendido e convertido em dinheiro para pagar os credores. Os primeiros a receber são os funcionários.