| Foto: MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO CONTEÚDO

A Polícia Federal (PF) determinou a intimação da mulher do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marisa Letícia, e do filho deles, Fábio Luís Lula da Silva, para prestarem depoimento no inquérito da Operação Lava Jato relativo ao sítio em Atibaia (SP) frequentado pela família do petista.

CARREGANDO :)

O delegado Márcio Adriano Anselmo também pediu ao setor de perícia da PF a produção de um laudo que informe se os donos da propriedade rural no papel, Fernando Bittar e Jonas Leite Suassuna Filho, tinham capacidade econômica para comprar o imóvel.

Veja também
  • Cozinha gourmet de sítio foi ‘lavagem de dinheiro a Lula’, diz Procuradoria
  • MPF diz que Lula “participou ativamente do esquema criminoso” na Petrobras
  • “Se pensam que vão acabar comigo, estão enganados”, dispara Lula
  • Cada vez mais cercado pela Justiça, Lula aposta na política para sobreviver
Publicidade

O inquérito tem como objetivo apurar se Lula é o real dono do sítio e se empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção na Petrobras beneficiaram indevidamente o ex-presidente por meio do pagamento de reformas na propriedade rural.

O líder petista nega ser o proprietário do imóvel e que tenha recebido qualquer vantagem ilícita das empresas acusadas na Lava Jato. Bittar e Suassuna alegam que compraram o sítio com recursos próprios e negam ter participado de qualquer crime ligado ao imóvel.

Laudo

Na última quarta-feira (28), a PF anexou aos autos do inquérito um laudo do setor de perícia que aponta indícios de que Lula e Marisa Letícia orientaram reformas feitas no sítio.

Segundo os peritos da PF, as obras na propriedade rural começaram a ser projetadas em setembro de 2010 e tiveram início em novembro de 2010, quando Lula ainda exercia o seu segundo mandato na Presidência da República.

Os trabalhos no sítio prosseguiram até outubro de 2014 e custaram ao todo R$ 1,2 milhão, de acordo com a avaliação da perícia da PF. Em fevereiro, foi revelado que as obras no sítio em Atibaia custaram mais de R$ 1 milhão segundo fornecedores de materiais e serviços ouvidos pela reportagem, pelo Ministério Público de São Paulo e interlocutores de uma construtora que trabalharam na obra.

Publicidade

Investigadores concluíram, segundo o documento, que a primeira parte das obras, realizada no fim de 2010 e ao longo de 2011, tiveram a participação da Odebrecht por meio do engenheiro da empresa Frederico Barbosa, o mesmo que conduziu as obras do estádio do Corinthians em São Paulo, o Itaquerão.

Ao analisar a instalação de equipamentos de cozinha no sítio, o laudo aponta que a “execução foi coordenada por arquiteto da empreiteira OAS, Sr. Paulo Gordilho, com conhecimento do presidente da OAS, Léo Pinheiro, e com orientação do ex-presidente Lula e sua esposa, conforme identificado nas comunicações do arquiteto da empreiteira e de Fernando Bittar”.