O Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) – instituição subordinada à Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp), vinculada ao governo do estado – mostrou uma invejável eficiência ao apurar a denúncia feita contra o prefeito e candidato à reeleição Beto Richa (PSDB) por suposta contratação de funcionários fantasmas para seu gabinete da Assembléia Legislativa entre os anos de 1995 a 2000 – quando exerceu o mandato de deputado estadual.

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A representação contra Richa foi protocolada na última sexta-feira e, já no sábado pela manhã, três pessoas foram intimadas para prestar depoimento no Cope. Horas depois, na tarde de sábado, o mestre de obras Ivo Ferreira de Oliveira e Maria Margarete Ribas Nalovaike prestaram depoimento ao delegado Renato Bastos Figueroa sobre as acusações feitas pelo advogado Guilherme Gehlen contra o prefeito. Na segunda-feira, a terceira pessoa, Divair Antônia de Almeida Cardoso, foi ouvida. E amanhã devem prestar depoimento outros dois supostos funcionários fantasmas.

Análise

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Por telefone, o delegado explicou que não foi aberto qualquer inquérito policial para investigar a denúncia. "Estamos apenas ouvindo as pessoas apresentadas pelo advogado como supostos funcionários fantasmas do gabinete do Beto Richa", disse Figueroa. Após os depoimentos, afirmou o delegado, será analisado se há indícios de qualquer crime. "Se houver indícios, encaminharemos o caso para o Ministério Público e para o Tribunal de Justiça do Paraná por causa do foro privilegiado do prefeito", disse Figueiroa. Caso contrário, ou seja, se não houver indícios de irregularidade, a denúncia será arquivada.

O delegado não quis comentar a rapidez com que o caso vem sendo tratado pelo Cope. Em nota divulgada pela Secretaria de Segurança Pública, a Polícia Civil confirmou que está apurando o caso e informou que, "até o momento, três pessoas foram ouvidas e que, em seus depoimentos, ficou confirmado que realmente são as mesmas nomeadas para os cargos comissionados no gabinete do então deputado Beto Richa".

Equívoco

A nota mostra que a Polícia Civil e a Secretaria da Segurança não percebeu o erro da denúncia ao apontar de forma equivocada que o mestre de obras Ivo Ferreira de Oliveira era funcionário fantasma, quando na verdade quem tinha sido servidor do gabinete de Richa era um homônimo (veja reportagem ao lado), que diz nunca ter sido fantasma na Assembléia. A nota da Secretaria Estadual da Segurança termina dizendo que o momento eleitoral não pode desacreditar as ações policiais e obrigar que as autoridades ignorem denúncias.

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