Deputado estava com carteira suspensa por multas
- RPCTV
Sem resposta
Saiba quais as perguntas que ainda não foram respondidas sobre o caso:
Qual era a velocidade do veículo na hora da colisão?
O carro do deputado era mesmo blindado?
Não foi feita a coleta de sangue no momento do atendimento médico, que permitisse a realização de exame de teor alcoólico?
Por que a família decidiu transferi-lo para São Paulo, já que Curitiba tem profissionais especializados em reconstrução facial?
Haveria outro carro disputando um possível racha com o deputado Ribas Carli Filho?
A Diretoria de Trânsito (Diretran) da Urbanização de Curitiba S.A. (Urbs) informou que entregou à polícia, na manhã desta terça-feira (12), as imagens gravadas por radares que ficam próximos ao local onde o carro conduzido pelo deputado Fernando Ribas Carli Filho (PSB) colidiu contra outro veículo. No acidente, dois jovens morreram.
O delegado Armando Braga de Moraes, da Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran), havia solicitado as gravações na segunda-feira (11). O material deverá servir para apurar a velocidade do carro dirigido pelo deputado. O delegado não foi encontrado nesta terça-feira para comentar o caso, e a Secretaria Estadual da Segurança Pública (Sesp) informou que ainda não tinha detalhes sobre as imagens recebidas.
Membros da equipe do Batalhão da Polícia de Trânsito (BPTran) que atenderam o acidente afirmaram que o velocímetro do carro do deputado estava travado em 190 quilômetros por hora. Braga não confirma a informação e disse ter visto o velocímetro em zero no pátio no qual o veículo está recolhido. A primeira conclusão do delegado no inquérito é de que não há indícios de racha ou de um terceiro carro envolvido no acidente.
Na segunda-feira, o Tribunal de Justiça e o Ministério Público informaram que acompanharão as investigações. Por envolver um deputado, que tem foro privilegiado, a Procuradoria-Geral do Estado designou, na segunda-feira, o desembargador para acompanhar o caso, que também terá a participação do promotor de Justiça Rodrigo Chemim.
Multas
Reportagem da Gazeta do Povo desta terça-feira mostra que o deputado estadual Carli Filho estava com a carteira de habilitação vencida e não poderia dirigir desde julho do ano passado. O parlamentar foi multado 30 vezes nos últimos seis anos e acumula 130 pontos na carteira de motorista. Do total, 23 foram por excesso de velocidade seis delas a menos de dois quilômetros do local da batida da última quinta-feira.
Saúde
Até o início da noite de segunda-feira, o deputado permanecia na UTI do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, e mesmo com traumatismo múltiplo na face, ele estava consciente e respirando sem ajuda de aparelhos. As informações, divulgadas em nota assinada pelo neurocirugião Hallim Feres Jr., dizem ainda que os exames não haviam determinado o tratamento a ser adotado.
Acidente
A colisão aconteceu na esquina das ruas Monsenhor Ivo Zanlorenzi e Paulo Gorski na madrugada de quinta-feira (7). O deputado dirigia um Volkswagen Passat de cor preta, que acabou batendo contra um Honda Fit de cor prata. Após a colisão, os carros foram parar na Rua Barbara Cvintal, uma via local paralela à Monsenhor Ivo Zanlorenzi. Pedaços de lataria, vidros e ferros ficaram espalhados por cerca de cem metros.
Os dois ocupantes do Honda, Gilmar Rafael Souza Yared, 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, de 20 anos, morreram no local. Eles voltavam do Park Shopping Barigui, onde Almeida trabalhava. Yared estudava psicologia e planejava viajar para Austrália.
Embora a ocorrência tenha acontecido durante a madrugada, a família só ficou sabendo que o deputado tinha se envolvido no acidente por volta das 10h de sexta-feira. A funcionária do apartamento de Fernando Ribas Carli, localizado a poucos metros do local do acidente, viu as imagens na televisão dos dois veículos pela manhã e reconheceu o deputado pelo cabelo e a roupa. Imediatamente avisou a família, que iniciou a busca em hospitais.
O automóvel dirigido por Carli Filho não era usado por ele diariamente. Ele tem uma Land Rover, que estava no conserto. O Passat era da transportadora do pai.
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