Requião
Rei dos comentários sem graçaAlém de fazer sucesso entre os humoristas, o governador do Paraná Roberto Requião (PMDB) costuma fazer suas próprias piadas. Muitas delas em cerimônias públicas oficiais e mesmo ao vivo na tevê. E que, quase sempre, rendem polêmicas.
Se em Brasília o campo de trabalho para os comediantes se mostra revitalizado, o mesmo não se pode afirmar do cenário regional. No Paraná, as piadas envolvendo figuras do poder público, além de serem tímidas e esporádicas, invariavelmente envolvem as polêmicas criadas pelo governador Roberto Requião (PMDB). Segundo os humoristas paranaenses, a "culpa" é dos próprios políticos locais que, na grande maioria, se revelam pouco adeptos a questões controversas, na tentativa de se manter na linha do bom comportamento.O comediante curitibano Diogo Portugal, que protagoniza um quadro humorístico no programa Revista RPC, da RPCTV, afirma que, "como as bolas pingando no Paraná são realmente tímidas", o trabalho dos profissionais locais encontra enormes dificuldades. Como comparação, ele cita o exemplo do senador Eduardo Suplicy (PT-SP) que apresentou, em plenário, um cartão vermelho ao presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), e vestiu uma sunga vermelha sobre o paletó a pedido da apresentadora Sabrina Sato. "No Paraná, você não vê um político com essa liberdade de expressão, com essa polêmica. Não temos um Suplicy paranaense", diz. "Então, a timidez nos programas de humor vem um pouco das atitudes deles mesmos (os políticos). Mas pode ter certeza que todos os humoristas sempre querem ser politicamente incorretos."
Diante dessa falta de humor no meio político paranaense, Portugal não tem dúvidas ao colocar o governador como principal "colaborador" dos comediantes do estado. "Particularmente, admiro as loucuras do Requião. Ele fala mesmo, não tem papas na língua. Para mim é ótimo, porque quanto mais ele falar, mais piadas vou poder fazer", comenta. Outro ponto positivo, segundo o humorista, é o fato de o governador nunca ter reclamado por ser alvo de piadas, nas quais aparece na figura do personagem "Reiqueijão". "Ao mesmo tempo em que ele (Requião) é desmedido nas atitudes, também não está nem aí para o que falam dele."
Portugal cita ainda o ex-deputado federal Maurício Fruet, que "falava as coisas que vinham na cabeça" e de quem "os repórteres tinham medo, um pouco como o Requião". Já o filho do ex-parlamentar, o deputado federal Gustavo Fruet (PSDB), é "inteligente e um bom político, mas não rende as mesmas piadas que o pai". Outros políticos que, de acordo com o humorista, não dão margem para sátiras são o senador Flávio Arns e o prefeito de Curitiba, Beto Richa ambos do PSDB. "O Arns é um cara que, para o humorista, não rende nada. Ele é regular, inofensivo, tímido", explica. "O Richa é mais certinho, politicamente correto. Nenhum deles dá muita deixa para piadas."
Para Portugal, o político ideal ao menos quando o assunto envolve o humorismo é o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP). "O Maluf dá motivo para fazer piada, entra na brincadeira e acha tudo legal."
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