Sete em cada dez eleitores curitibanos apoiam o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). É o que aponta um levantamento do Instituto Paraná Pesquisas, em que 75% dos entrevistados da capital afirmaram serem favoráveis ao impedimento da petista.
A pesquisa foi aplicada na quinta-feira (14). Cerca de 18% se posicionaram contrariamente a saída de Dilma do cargo e 4% se mostraram neutros.
Em pesquisas nacionais, o apoio dos eleitores brasileiros ao impeachment gira em torno de 60%.
O professor de ciência política da Universidade Estadual de Maringá (UEM) Ednaldo Ribeiro aponta que a rejeição histórica dos eleitores curitibanos ao PT pode explicar a diferença de porcentual entre os moradores da capital e do restante do país. “Se o PT é rejeitado eleitoralmente, o posicionamento é transferido para o impeachment”, diz.
O Paraná Pesquisas também perguntou aos curitibanos se eles irão acompanhar o voto dos parlamentares do Paraná sobre o impeachment, que ocorre neste domingo (17), no plenário da Câmara dos Deputados. Cerca de 78% responderam que sim à questão e 15% afirmaram que não pretendem acompanhar o posicionamento dos deputados do estado.
Ribeiro acredita que o interesse da população pela política tenha se acerbado com a exposição pública derivada da crise política, mas que o quadro não deve se manter nos mesmos patamares em períodos de “normalidade”.
“Os indicadores de interesse por política no Brasil são reduzidos e gostaria muito de acreditar que esse súbito interesse reverta o quadro, mas, por enquanto, sou cético em relação a esse efeito positivo”, aponta.
Já para 64% dos entrevistados o voto do parlamentar sobre o impeachment será decisivo para decidir sua própria posição nas urnas nas próximas eleições. Eles afirmaram que não vão votar no deputado que se posicionar de forma diferente da sua opinião no plenário da Casa. Para quase 29% dos pesquisados, o voto não será influenciado pelo impeachment.
Para Ribeiro, é improvável que ocorra essa “penalização”. Ele cita um Estudo Eleitoral Brasileiro de 2014 que indica que, passados apenas dois meses das eleições nacionais, apenas um terço dos eleitores lembrava em quem tinham votado para deputado federal.
“Com o decurso maior de tempo, essa percepção tende a cair ainda mais, de modo que é pouco provável que, até as próximas eleições do legislativo federal, a posição em relação ao impeachment possa influenciar o comportamento eleitoral do brasileiro”, acredita.