Sérgio Guerra: apoio da bancada, dos governadores e de Aécio Neves| Foto: Geraldo Magela / Ag Senado
José Serra: quem não aparece não é lembrado.
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Brasília - A disputa pelo comando nacional do PSDB entre o senador eleito Aécio Neves (MG) e o ex-governador paulista José Serra provocou nesta semana um racha entre os tucanos. Um dos principais interlocutores de Serra, o deputado Jutahy Magalhães Jr. (PSDB-BA) acusou ontem o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), de "atitude indigna". Guerra, que estaria sendo apoiado pela ala pró-Aécio, conseguiu na quarta-feira um abaixo-assinado de deputados tucanos em Brasília em favor de sua recondução à presidência do partido. Jutahy acusou Guerra de criar um fato consumado que não representa a opinião da legenda.

"A atitude do presidente Sérgio Guerra foi indigna e o desqualifica como presidente do partido. Ele fez um pronunciamento, numa reunião convocada exclusivamente para eleger o líder [do PSDB na Câmara Federal], passando a ideia de que havia um acordo desrespeitoso da cúpula", criticou. "Vamos reagir."

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Embora oficialmente diga que a presidência do PSDB não é um assunto em discussão, nos bastidores Serra estaria articulando o seu nome para o comando nacional do partido. Derrotado na corrida presidencial por Dilma Rousseff, ocupar o posto seria uma forma de Serra manter-se em evidência, já que ele está sem cargo – enquanto Aécio Neves possivelmente será um dos líderes da oposição ao PT no Congresso Nacional. Os dois são, desde já, pré-candidatos à Presidência em 2014.

Segundo tucanos ouvidos pela reportagem, a articulação para manter Sérgio Guerra na presidência do PSDB teve aval de Aécio e do governador paulista Geraldo Alckmin. Mas, ontem, Alckmim desmentiu a informação publicamente e disse que, se Serra for candidato ao comando do partido, irá apoiá-lo.

"Nem sei se o Serra quer ser o presidente do partido. Mas, se ele quiser, terá o meu integral apoio", afirmou o governador de São Paulo, de acordo com o qual o atual presidente nacional do PSDB teria declarado na ligação a intenção de ser candidato à reeleição. "Ele [Guerra] ligou para conversar sobre o programa nacional de TV do PSDB e, depois, comentou que, talvez, haveria uma indicação para que ele continuasse como presidente do partido."

Alckmin afirmou que respondeu a Guerra que ele é um "ótimo quadro" e uma "ótima liderança". "Mas eu disse a ele que achava que esse assunto só deveria ser discutido em maio", declarou. Embora tenha manifestado a adesão a Serra, o governador avaliou a questão como extemporânea e que deve ser debatida a fundo apenas em maio. "Nós entendemos que esta é uma questão extemporânea; nós nem ainda elegemos os diretórios municipais, o que só acontecerá em março", julgou.

Além disso, outros fatos indicam que Alckmin faria parte da ala pró-Aécio dentro do partido, pois ele tem caracterizado seu início de gestão no governo paulista por desfazer ou rever várias medidas que haviam sido tomadas durante a administração de José Serra como governador de São Paulo. Alckmin também é antigo desafeto de Serra – quando, em 2006, impôs sua candidatura à Presidência ao PSDB (cargo que Serra já desejava disputar).

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Moção

A moção para reconduzir Sérgio Guerra à presidência do PSDB foi assinada por 54 parlamentares e suplentes do partido no Congresso – e teria também o apoio de todos os governadores da legenda, incluindo o paranaense Beto Richa.