Apesar do anúncio de que não participarão mais de reuniões da Mesa da Câmara, os deputados Nilton Capixaba (PTB-RO) e João Caldas (PL-AL) não vão escapar de processo por quebra de decoro parlamentar. O PPS protocola nesta quarta-feira representação contra os dois parlamentares no Conselho de Ética. Para o partido, o fato de os dois se afastarem da Mesa é insuficiente. Capixaba e João Caldas são suspeitos de envolvimento no esquema de venda de ambulâncias superfaturadas para municípios, pagas com recursos de emendas parlamentares.
Segundo a CPI dos Sanguessugas, os parlamentares constam como beneficiários de depósitos de até R$ 50 mil em um dos livros caixa da Planam, empresa de Darci José Vedoin, apontado como um dos chefes da máfia das ambulâncias.
Um relatório reservado em poder da comissão revela conversas comprometedoras de parlamentares com Darci e seu filho, Luiz Antônio Vedoin. Entre eles, está João Caldas, que chama Darci de amigo. Já o empresário trata Caldas como "patrão". Capixaba também foi flagrado. Nas conversas, ele reclama do vazamento de informações sobre as fraudes e demonstra preocupação com as investigações do Ministério Público Federal. Capixaba alerta a Darci que "se forem feitas vistorias, vai dar pepino".
Na semana passada, a CPI aprovou um pedido de afastamento dos dois deputados da Mesa. Mas, apesar da gravidade do caso, a ordem foi ignorada. Na ocasião, Aldo informou que integrantes da Mesa só poderiam ser afastados por iniciativa própria ou com processo por quebra de decoro no Conselho de Ética. Segundo ele, não há mecanismos legais que forcem a exoneração.
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