Os líderes das bancadas do PR no Congresso decidiram na tarde desta quinta-feira (7) indicar o senador Blairo Maggi (MT) para comandar o Ministério dos Transportes. Alfredo Nascimento deixou o cargo nesta quarta-feira (6), após denúncias da revista "Veja" de superfaturamento em obras . O nome de Maggi foi definido em um encontro, que teve a presença além do próprio Maggi, do ex-ministro Alfredo Nascimento e dos líderes do PR no Senado, Magno Malta (ES), e na Câmara, Lincoln Portela (MG).
"O Blairo é o número um da lista do partido. É claro que a decisão é da presidente Dilma, mas os sinais que o governo deu é de que o PR poderia fazer a indicação. E vamos levar para ela [Dilma] o nome do Blairo", afirmou Portela.
Além de indicar o nome de Blairo Maggi para o cargo, os líderes também definiram que o ex-ministro Alfredo Nascimento e o deputado federal Valdemar Costa Neto (SP) não vão participar das negociações com a presidente da República, Dilma Rousseff para a escolha do novo comandante da pasta. Ambos foram citados na reportagem que detalhou um suposto esquema de superfaturamento em obras no ministério.
Alfredo Nascimento, que reassume nesta quinta a presidência nacional do PR e também a vaga no Senado, chegou a ser confirmado como principal articulador do PR para a escolha do sucessor, logo depois de deixar o cargo. Segundo o líder do PR, a decisão de não atuar nas negociações foi do próprio ex-ministro.
"O Alfredo está muito entristecido. Ele abriu seu sigilo fiscal, bancário e por esses motivos todos achou melhor ficar fora da decisão. Ele não quer participar das indicações, apesar de voltar à presidência do PR e ao Senado. Nem ele nem o Valdemar", disse Portela.
Acusações
No fim de semana, reportagem de "Veja" relatou que representantes do PR, partido ao qual pertence o ministro Alfredo Nascimento e a maior parte da cúpula do ministério, funcionários da pasta e de órgãos vinculados teriam montado um esquema de superfaturamento e recebimento de propina por meio de empreiteiras.
Nesta quarta, o jornal "O Globo" apontou suposto enriquecimento ilícito de Gustavo Morais Pereira, arquiteto de 27 anos, filho do ministro Alfredo Nascimento. Segundo reportagem do jornal, dois anos após ser criada com um capital social de R$ 60 mil, a Forma Construções, uma das empresas de Gustavo, amealhou um patrimônio de mais de R$ 50 milhões, um crescimento de 86.500%. O Ministério Público Federal do Amazonas investiga elo entre a empresa de Gustavo e empresa que recebeu verba do ministério.
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