O prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), voltou a defender nesta segunda-feira (12) o ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), um dos principais padrinhos políticos do socialista ao lado do senador Aécio Neves (PSDB-MG). Lacerda afirmou que o petista "não tem esqueleto no armário" e disse que não vê problemas no fato de o sócio do ministro na P-21 Consultorias e Projetos, Otílio Prado, ter trabalhado como assessor da prefeitura enquanto atuava na empresa.
Para o prefeito, que sucedeu Pimentel no Executivo municipal, o ministro não "tem nada a esconder" e não agiu incorretamente ao fazer consultoria para ao menos uma empresa que mantém contrato com a Prefeitura de Belo Horizonte. "Ele não tinha nenhum cargo público naquele momento, precisava ganhar a vida e foi convidado a prestar consultorias a empresas e entidades de classe. De forma transparente, emitiu nota fiscal. Não tinha nada a esconder. Quem o faz de maneira transparente não tem esqueleto no armário", declarou.
O prefeito sucedeu Pimentel na Prefeitura de Belo Horizonte e tem o apoio do ministro para disputar a reeleição com uma reedição da aliança entre PSB, PT e PSDB, a exemplo do que ocorreu em 2008, com a diferença que os tucanos vão integrar formalmente a coligação. A posição de Pimentel colocou o ministro em rota de colisão com petistas mineiros contrários à aliança com o PSDB.
Além de defender Pimentel, Lacerda também afirmou não haver irregularidade por parte de Otílio Prado permanecer como assessor especial na prefeitura ao mesmo tempo em que era sócio de Pimentel na P-21 porque, segundo o prefeito, ele "não tinha nenhuma participação na gerência da empresa".
"O Otílio tinha 1% da empresa. Para ter uma empresa limitada precisa colocar alguém um parente, um amigo com 1%. Assim que Fernando Pimentel foi nomeado ministro a empresa encerrou suas atividades, mesmo com o Otílio lá sozinho", disse Lacerda, que aceitou a demissão de Otílio Prado apresentada na quinta-feira (8).
A posição é a mesma do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, que participou de cerimônia em Belo Horizonte ao lado de Lacerda. "O ministro Fernando não exercia nenhuma função pública no período em que trabalhou com essas empresas. Não era deputado, vereador, prefeito, secretário, governador, ministro e, portanto, já prestou esses esclarecimentos", afirmou.
Rebelo, que assumiu o cargo após a queda de Orlando Silva em meio a denúncias de irregularidades em convênios com organizações não governamentais, reafirmou hoje que a Pasta não deve mais fechar acordos com ONGs. "A ideia é que eu não renove contratos com organizações não governamentais. Isso não significa nenhum preconceito. Reconheço o mérito dessas organizações, mas acho que o poder público deve priorizar convênios com prefeituras, governos estaduais ou entidades que tenham representatividade, eleições e componham organismos reconhecidos pelo poder público", disse.
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