O presidente do PMDB, Romero Jucá, disse neste sábado, 23, que “está garantida” a presença do PSDB na base parlamentar de um eventual governo Michel Temer. “O importante para a coalizão não é a ocupação de cargos, mas a participação do PSDB no agrupamento político, na base, o que vai efetivamente trazer mudanças estruturais para o País. O PSDB está engajado”, disse o senador, após reunião de duas horas no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente em Brasília.
O PSDB definirá, no dia 3 de maio, se o partido aceitará ocupar cargos oferecidos por Temer, se ele assumir a Presidência. Caso não aceite, uma das propostas é obrigar os filiados que queiram assumir cargos a se licenciar da sigla. “Não há distanciamento, mas sim uma discussão interna e legítima. O PSDB tem excelentes quadros que poderiam ajudar qualquer governo, mas é uma decisão interna que nós vamos respeitar”, disse Jucá. Para ele, tucanos são “muito importantes para a união e para a retomada da atividade econômica do País”.
Jucá criticou ainda a fala da presidente Dilma Rousseff, de que os defensores de seu afastamento estão “vendendo terreno na lua” para chegar ao poder. “O vice-presidente não está garantindo cargo para ninguém, vendendo ou entregando nada, nem nomeando ninguém, até porque não estamos no poder”, disse Jucá. “O atual governo nomeou muita gente na tentativa de não passar o impeachment na Câmara, uma política que mostrou que não dá resultado”, completou.
O senador disse que o PMDB está conversando com vários partidos para definir a formação de um bloco político parlamentar para recuperar o País. “A nenhum deles (partidos) cabe essa reprimenda de Dilma”, disse. “Estamos discutindo um futuro governo para o caso de o Senado decidir afastá-la, algo que vamos aguardar com tranquilidade”, acrescentou.
Além de Jucá, estiveram reunidos hoje com o vice-presidente Michel Temer, no Palácio do Jaburu, o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles (PSD) e o ex-ministro das Cidades e presidente do PSD, Gilberto Kassab.
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