Um jornalista que chame um presidenciável de "pé frio" ou o atraia para uma saia-justa com perguntas maliciosas seria, muito provavelmente, evitado ao máximo pelos candidatos e suas assessorias. Mas num período em que os políticos ainda não podem fazer propaganda e se dirigir sem intermediários ao eleitorado, a mídia é sua principal arma e os tais jornalistas "inconvenientes" são até procurados pelos presidenciáveis.
Quando os pré-candidatos viajam pelos estados e têm o objetivo de se mostrar para o público local em programas de grande audiência, falar com radialistas populares é parada obrigatória. É o caso dos jornalistas Eduardo Costa e Mônica Miranda, da Rádio Itatiaia, de Belo Horizonte. Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV) já passaram pelos microfones da emissora de maior audiência de Minas.
No início de abril, Dilma foi a Belo Horizonte determinada a reforçar a estratégia de se vincular à terra em que nasceu - e da qual se mudou em 1973, indo para Porto Alegre. A petista escorregou na "casca de banana" lançada pelos entrevistadores ao admitir a hipótese de o eleitorado mineiro optar por um movimento já batizado de "Dilmasia" - de votar em Dilma para presidente e no aliado de Aécio Neves (PSDB), Antonio Anastasia, para o governo. Detalhe: os então pré-candidatos do PT ao governo de Minas, Patrus Ananias e Fernando Pimentel, acompanhavam a ex-ministra no estúdio.
Na Rádio Itatiaia, Mônica tentou tirar Serra do sério ao lembrar a fama de "pé frio" do ex-governador no futebol e atribuir a ele a derrota do Cruzeiro na decisão da Taça Libertadores do ano passado - Serra assistiu ao jogo no Mineirão, ao lado do então governador Aécio Neves. O tucano, palmeirense fanático, reagiu com serenidade.
Para Eduardo Costa, a entrevista mais interessante foi a de Marina, que relatou sua história de vida. Mônica não concorda, mas lembra que a pré-candidata do PV foi a mais "paparicada" na rádio. "Como diz um amigo, quem vota na Marina é ambientalista e jornalista", provoca. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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