O presidente da Assembleia Legislativa, Nelson Justus (DEM), afirmou na sessão plenária desta terça-feira (16) que determinou a abertura de sindicância para investigar os diários avulsos que são publicados pela Casa. De acordo com denúncias feitas pela Gazeta do Povo e pela RPCTV, os diários avulsos encobriram atos secretos da Casa Legislativa, como nomeações e exonerações de funcionários que, supostamente, não prestariam serviços para a Assembleia e, mesmo assim, estariam alocados nos gabinetes de alguns parlamentares.
Justus disse também que todas as denúncias feitas contra a Casa serão investigadas e que ele já se reuniu com o Ministério Público para pedir apoio. Ele afirmou ainda que o departamento jurídico da Assembleia já foi consultado, para que excessos não sejam cometidos pela imprensa. "Ontem (segunda-feira) nos reunimos nessa Casa e hoje (terça-feira) pela manhã determinamos a abertura de uma sindicância - pela procuradoria jurídica da Assembleia para apurar essas denúncias", disse o presidente da Assembleia Legislativa.
"Doa a quem doer essa comissão vai apurar todas as denúncias", completou Justus.
Já o deputado Jocelito Canto (PTB) comentou a reportagem apresentada no Paraná TV, na qual o telejornal denunciou que uma agricultora de Cerro Azul era funcionária de seu gabinete. A entrevistada afirmou que não conhecia a Assembleia Legislativa e que nunca trabalhou para o deputado. Segundo os diários avulsos, ela e a filha - que supostamente também seria funcionária da Casa, mas lotada em outro gabinete - teriam recebido R$ 1,6 milhão entre 2004 e 2009.
Canto disse que a denúncia não passava de calúnia e que não conhecia a pessoa mostrada na reportagem. O deputado apresentou, ainda na sessão plenária, uma certidão da Mesa Executiva da Assembleia, na qual se afirmava que a funcionária não estava alocada em seu gabinete.
O deputado Tadeu Veneri (PT) também tratou da questão dos diários oficiais na sessão desta terça. Ele defendeu que todos os diários inclusive os extraordinários sejam colocados na internet.
Além desses, a deputada Cida Borghetti (PP) pediu a palavra na sessão plenária para explicar sobre a exoneração e a contratação de uma funcionária no mesmo dia. A deputada disse que a servidora foi exonerada do gabinete de um deputado que não foi reeleito e então teria sido contratada em seu gabinete. Mas, esse não foi o questionamento feito pela Gazeta do Povo nesta terça-feira. A denúncia feita dava conta de que as duas ações teriam ocorrido em 1º. de fevereiro de 2007. No entanto, a nomeação apareceu no diário oficial de 12 de abril de 2007 e a exoneração apenas em um diário avulso de janeiro de 2008.
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