O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), considerou nesta quinta-feira (14) "lamentável" o tumulto ocorrido na quarta-feira (13) na primeira sessão da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Casa.
A reunião de ontem foi a estreia do pastor e deputado Marco Feliciano (PSC-SP) no comando do colegiado e foi marcada por protestos de movimentos sociais e de evangélicos e troca de ofensas entre os políticos.
"[As cenas] foram lamentáveis. Mas acho que houve erro de parte a parte. Não se pode culpar apenas uma parcela porque também toda ação provoca uma reação. Esse radicalismo, esse emocionalismo, não está compatível com que a Casa tem o dever de apresentar a sociedade brasileira", disse Alves.
As declarações foram feitas após encontro com o líder do PSC, André Moura (SE), e o pastor Feliciano.
Alves afirmou que também ouviu no dia de ontem parlamentares descontentes com a indicação de Feliciano à presidência da comissão. "Fiz ver a ambos os grupos a preocupação dessa Casa com a Comissão de Direitos Humanos para que ela possa ter um comportamento de equilíbrio, de moderação, de responsabilidade, porque ela tem de retratar também o comportamento dessa Casa", disse o peemedebista.
Sessão da comissão
Na primeira sessão da comissão deputados trocaram acusações de mau comportamento em plenário. Uma confusão entre Jair Bolsonaro (PP-RJ), Domingos Dutra (PT-MA) e Nilmário Miranda (PT-MG), em que cada um acusava o outro de tomar a palavra, teve de ser apartada por colegas.
Os deputados Dutra, Miranda e Érika Kokay (PT-DF) saíram da reunião sob o argumento de que não estavam sendo ouvidos. A petista se negou a chamar o pastor de presidente e pediu a anulação da sessão que o elegeu. Ontem, a Folha de S.Paulo mostrou que Feliciano emprega em seu gabinete cinco pastores de sua igreja evangélica que recebem salários da Câmara sem cumprir expediente em Brasília nem em seu escritório político em Orlândia (SP).
A reportagem tenta ouvir o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) desde o começo da semana sobre a nomeação dos pastores para seu gabinete da Câmara e o trabalho legislativo exercido por eles. Mas ele se negou a conversar com a Folha no templo da igreja de Ribeirão Preto na noite de segunda-feira, onde esteve para celebrar um culto.
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