Vital do Rêgo negou que a servidora seja fantasma| Foto: Wilson Dias/ABr

Integrantes da CPMI do Cachoeira cobraram explicações do presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), sobre a contratação de uma funcionária fantasma em seu gabinete. Reportagem publicada ontem pelo jornal Folha de S.Paulo mostrou que Rêgo contratou como funcionária fantasma em seu gabinete Maria Eduarda Lucena dos Santos, que se diz coautora da canção "Ai, Se Eu te Pego", cantada por Michel Teló. O senador negou que a servidora não trabalhe.

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O emprego foi arrumado pelo pai de Maria Eduarda, o jornalista Adelson Barbosa, que admitiu ao jornal que a filha foi contratada para receber o pagamento pelos trabalhos que ele e outros dois jornalistas executariam: publicar reportagens favoráveis ao senador na imprensa da Paraíba.

Maria Eduarda, de 20 anos, também disse à reportagem que o pai é quem responde pelo cargo. Ela foi contratada em fevereiro de 2011 como assistente parlamentar com salário de R$ 3.450. E é dispensada de comprovar presença. Estudante universitária, Maria Eduarda diz ter criado o hit "Ai, se eu te pego" numa viagem com colegas à Disney em 2006. A Justiça concedeu liminar em favor dela e das amigas bloqueando o dinheiro arrecadado com a música até que se decida a autoria.

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Parentes de aliados

A contratação de funcionários fantasmas pode gerar ação por improbidade contra Vital do Rêgo. O presidente da CPMI também emprega no gabinete parentes de políticos e aliados. Ele contratou uma filha do ex-governador da Paraíba José Maranhão (PMDB), a mãe do deputado federal Hugo Motta (PMDB-PB), uma prima do ex-senador Ney Suassuna e uma cunhada de seu primeiro-suplente, Raimundo Lira, com salários que variam de R$ 2 mil a R$ 12,8 mil.

Apesar de os parlamentares afirmarem que as denúncias não colocam os trabalhos de Vital do Rêgo na CPI sob suspeita, eles esperam que o peemedebista se explique. Para o deputado Sílvo Costa (PTB-PE), o senador terá que prestar os "devidos esclarecimentos". O senador Pedro Taques (PDT-MT) também disse esperar explicações do presidente da comissão. "Eu quero ouvi-lo sobre isso."