A única maneira de normalizar o funcionamento nos aeroportos em curto prazo é diminuir o número de vôos das empresas aéreas, segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Proteção ao Vôo, José Carlos Botelho.
- As empresas aéreas têm sua culpa, porque utilizam o máximo de aproveitamento da malha aérea -, disse nesta quinta-feira em entrevista coletiva na sede do sindicato.
Segundo Botelho, a malha está amarrada de tal modo "que um atraso por qualquer motivo em uma cidade vai acabar se refletindo em todo o Brasil. É necessário um esforço das empresas para reduzir o número de vôos."
O presidente do sindicato disse que a categoria está se esforçando para atender o pedido feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que os controladores normalizem suas atividades e voltem a controlar mais de 14 vôos simultaneamente. As regras internacionais determinam que cada controlador seja responsável por, no máximo, 12 vôos. Segundo Botelho, o apelo foi feito por intermédio do Ministro do Trabalho Luiz Marinho.
Botelho estima que o problema dos atrasos dos vôos seja resolvido dentro de cinco dias, quando os controladores transferidos de outras localidades para Brasília estarão aptos a operar as aeronaves neste aeroporto. Ele disse, no entanto, que essa medida não representa uma solução, pois apesar de resolver parcialmente o problema de Brasília, compromete o funcionamento de locais como Rio de Janeiro e São Paulo, em que também há pouco pessoal e grande volume de tráfego.
- Já dei minha palavra ao ministro. Mas, se a flexibilização desse número para 16 ou 17 vôos comprometer a segurança, queremos que uma autoridade assuma a responsabilidade por isso, e não nós - declarou.
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