O último preso na operação Lava Jato, Mario Frederico Mendonça Goes, suspeito de ser mais um operador do pagamentos de propinas na Petrobras, nega participação no esquema e diz que nunca intermediou esse tipo de negociação.
Ele se entregou à Polícia Federal na manhã de domingo (8). A prisão é preventiva, ou seja, vale por tempo indeterminado.
"Ele não fez nada disso. Trabalhava como consultor de algumas empresas, sim, mas de forma alguma como operador", afirmou a advogada Lívia Novak, que defende Goes.
Segundo o Ministério Público, que pediu a prisão preventiva de Goes, o empresário operava em favor de diversas empresas na Petrobras, intermediando o pagamento de propinas em espécie. O dinheiro, segundo a Procuradoria, era entregue em mochilas a Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobras e que confessou participação no esquema.
A defensora de Goes nega. "Tudo isso vai ser esclarecido, mas com certeza ele não tem nada a ver com isso", afirmou. Ela não quis citar as empresas para as quais ele prestava serviços, mas disse que eram da área de óleo e gás.
Arxo
Os outros três executivos presos, que trabalhavam na empresa catarinense Arxo, continuam detidos na Polícia Federal. Eles são investigados sob suspeita de pagarem propinas à BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras.
Um deles prestou depoimento nesta terça. João Gualberto Pereira Neto, um dos sócios da Arxo, negou qualquer pagamento de propina e afirmou desconhecer o operador Mario Goes. Os outros dois presos, Gilson João Pereira e Sérgio Marçaneiro, já haviam prestado depoimento e também negaram qualquer pagamento de propina.
A empresa diz que a investigação foi motivada por "vingança", já que foi uma ex-funcionária da Arxo que prestou as informações à PF. Ela foi demitida da empresa no final do ano passado.
A ex-funcionária entregou planilhas e e-mails que comprovam o pagamento de propina e as visitas de Mario Goes à Arxo, segundo o Ministério Público. Os empresários negam e dizem "desconhecer" o lobista.
Os mandados de prisão de Gilson Pereira e Sérgio Marçaneiro vencem nesta segunda (9). A Justiça ainda não havia definido se prorrogava as prisões ou se soltava os executivos até o final desta tarde.
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