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Agente do Gaeco vasculha documentos na Operação Antissepsia | Roberto Custódio/Jornal de Londrina
Agente do Gaeco vasculha documentos na Operação Antissepsia| Foto: Roberto Custódio/Jornal de Londrina

A primeira-dama de Londrina, Ana Laura Lino, esposa do prefeito Barbosa Neto (PDT), foi acusada ontem de ser a chefe do esquema de corrupção que desviava dinheiro público por meio de Organiza­­­ções da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscips) contratadas pelo município para prestar serviços de saúde na cidade.

O esquema de desvio de dinheiro foi descoberto pela Operação Antissepsia, deflagrada no último dia 10 pelo Grupo de Atuação Es­­­pe­­­cial de Combate ao Crime Or­­­ganizado (Gaeco), braço do Minis­­tério Público Estadual (MP). Cerca de 20 pessoas já foram presas pela operação. Segundo o Gaeco, os institutos Atlântico e Gálatas, Oscips contratadas para prestar serviços de saúde ao município, desviavam dinheiro público por meio da emissão de notas frias de atendimentos não realizados.

A denúncia contra a primeira-dama surgiu no depoimento de Marcos Ratto, membro do Con­­­selho Municipal de Saúde, que teve a prisão preventiva decretada ontem. Ratto chegou à sede do Gaeco sorridente e dizendo que "Londrina conheceria a verdade". Pouco mais de uma hora depois, o advogado dele, Petrônio Car­­doso, revelou as acusações que seu cliente fez aos promotores do caso.

De acordo com o advogado, "o papel de maior importância" no suposto esquema de irregularidades seria o da primeira-dama. "Ela geriu e insistiu para que membros do Conselho de Saúde aprovassem a contratação do Instituto Atlân­­­tico [uma das Oscips envolvidas no escândalo]", declarou Cardoso.

O advogado afirmou ainda que a primeira-dama receberia propina do instituto. "A primeira-dama, apesar de não ser secretária, era quem mandava e manda no sistema de saúde publica de Londrina", disse ele.

O depoimento de Ratto ocorreu pela manhã. No começo da tarde, Ana Laura compareceu ao Gaeco para prestar esclarecimentos. Ela colocou à disposição o sigilo telefônico e bancário. O promotor de Defesa do Patrimônio Público, Renato de Lima Castro, afirmou que não poderia fazer qualquer avaliação sobre a possível participação da primeira-dama no esquema para não ser precipitado.

Segundo o promotor, o nome do prefeito Barbosa Neto ainda não foi apontado por nenhuma das pessoas investigadas como um suposto participante do esquema. No entanto, ele ressaltou que "indicação do nome da mulher do prefeito é importante para o transcorrer das investigações".

Caso polêmico

A contratação pela prefeitura de Londrina das duas Oscips investigadas ocorreu de forma emergencial após o município romper contrato com outra Oscip, o Centro Integrado de Apoio Profissional (Ciap), no ano passado. Segundo a Receita Federal, o Ciap foi responsável por desviar R$ 300 milhões dos cofres públicos – uma parcela deste montante, em Londrina.

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