O governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), recebeu nesta segunda-feira (15) mais uma visita de sua esposa, Flávia, na sede da Polícia Federal, onde está preso.
A esposa esteve com ele no sábado (13), mas não apareceu no domingo (14). Ela reapareceu nesta segunda em um carro dirigido por um cabo da Polícia Militar do Distrito Federal. Na portaria foi informado apenas que era para entregar a comida do governador afastado.
A Polícia Federal, no entanto, já confirmou que Flávia estava no carro e foi pessoalmente entregar a refeição do governador afastado. O cardápio do almoço não foi revelado.
Mais cedo, o ex-professor de Arruda, Afonso Brito tentou visitar o governador na sala onde ele está preso. Brito, que ocupa cargo comissionado na secretaria de educação do DF, não tinha agendado a visita e foi barrado na portaria. Ele conseguiu apenas enviar ao governador o livro "Os quatro gigantes da Alma".
Escrito pelo professor Mira López, o livro de psicologia fala de quatro sentimentos: o medo, a ira, o amor e o dever. "É um companheiro seguro na busca da felicidade", diz a sinopse da obra.
Brito defendeu o ex-aluno e afirmou que as denúncias de corrupção e mesmo a imagem do governador recebendo dinheiro não são comprovação de irregularidade. "Fatos não comprovam ilícitos, podem apresentar indícios, mas não comprovam. Às vezes, uma grande verdade é uma grande mentira".
O ex-professor coordena o projeto de escola em tempo integral no Distrito Federal e defendeu que o governador tenha direito de defesa. Brito diz acreditar na inocência de Arruda.
"Conheço o governador desde os 10 anos, conheço a família, os pais, os irmãos. É impossível que o Arruda, sendo filho de pais honestos como é, tenha prevaricado", disse.
Arruda está preso na PF desde a noite de quinta-feira (11) por ordem do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Segundo a PF, à exceção de advogados, todos os parentes e amigos precisam agendar para visitar o governador.