O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, responsabilizou nesta quarta-feira (16) a Polícia Federal pela demora na apresentação de denúncia contra os investigados no "mensalão do DEM", suposto esquema de corrupção no governo do Distrito Federal.
Segundo Gurgel, atrasos em diligências e perícias de computadores estariam impedindo a conclusão do trabalho do Ministério Público Federal.
"Tivemos realmente uma série de dificuldades com a Polícia Federal, atrasos de perícias e tudo mais, ainda há uma série de diligências pendentes. Evidentemente que já era para estar concluído", disse Gurgel.
A assessoria de imprensa da Polícia Federal afirmou ao G1 que todo o trabalho relativo ao mensalão do DEM já foi concluído e encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Também informou que nenhuma área da PF possui pendências em relação a esse caso. Ainda segundo a assessoria, a PF aguarda que o STJ ou o Ministério Público determinem novas diligências.
O inquérito do caso foi concluído pela Polícia Federal em abril do ano passado, mas a PGR entende que algumas investigações ainda são necessárias para sustentar a denúncia.
"A demora é sempre muito inconveniente para qualquer investigação, mas nós também não podemos nos precipitar e oferecer uma denúncia se não temos o suporte necessário, porque aí sim comprometeríamos uma investigação de fatos que são extremamente graves", declarou o procurador-geral.
O suposto esquema de pagamento de propina foi descoberto depois que a PF deflagrou, em novembro de 2009, a operação Caixa de Pandora, para investigar o envolvimento de deputados distritais, integrantes do governo do DF, além do então governador Arruda e de seu vice, Paulo Octávio (sem partido, ex-DEM). Octávio e Arruda sempre negaram envolvimento com o suposto esquema de propina.
"O mensalão do DEM, diferentemente do que dizem alguns, é uma preocupação do procurador-geral e continuamos empenhados", concluiu Gurgel.
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