O procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, não vai acolher a sugestão do relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), de pedir a prisão do empresário Marcos Valério de Souza. O procurador-geral é o único com poder de pedir a prisão preventiva do empresário ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde tramita o inquérito que apura o suposto esquema do mensalão.
- Hoje não tenho elementos no inquérito para pedir a prisão. Na condução que estou tendo no inquérito não estou com essa previsão - afirmou o procurador-geral.
Souza disse que, se vier a pedir a prisão de Marcos Valério, a decisão será baseada em fatos surgidos a partir de diligências feitas dentro do inquérito.
- A sugestão da CPI não importa. É irrelevante - declarou.
Souza ainda fez críticas aos integrantes da CPI e à sugestão de prender o empresário sob o argumento de que ele estaria atrapalhando as investigações.
- Essa questão de 'tem que prender, tem que prender' cria um clima ruim para o andamento do inquérito. Mas dá notícia em jornal - alfinetou.
Antônio Fernando minimizou a denúncia de que R$ 1 milhão do caixa dois do PT foi repassado para a empresa Coteminas, do vice-presidente da República José Alencar.
- Todo dia chegam a mim informações do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras). Dentro daquele contexto é um fato apenas - disse.
Após receber os dados sobre o depósito do PT na conta da Coteminas, Souza encaminhou o caso para a Procuradoria da República em Minas Gerais para que sejam tomadas as providências necessárias para a investigação. Ele explicou que não manteve a apuração na Procuradoria-Geral da República porque o caso se limitava a uma transação bancária entre um partido e uma empresa.
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