Procuradores da República e delegados da Polícia Federal, que estão à frente das investigações sobre o envolvimento de políticos em fraudes na Petrobras, deverão se reunir na quarta-feira (22) para tentar aparar arestas e redefinir novo método de trabalho. Na semana passada, o ministro Teori Zavascki, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu interrogatórios de deputados e senadores que vinham sendo conduzidos pela Polícia Federal.

CARREGANDO :)

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a interrupção dos depoimentos porque considerou que delegados teriam se precipitado. Para procuradores da Lava Jato, interrogatórios de investigados só devem ocorrer depois dos depoimento de testemunhas e da conclusão da coleta de provas, ou seja, na fase final da investigação. Depoimentos em início de inquérito costumam ter pouca eficácia.

Publicidade

Os investigados, em geral, negam as acusações e a polícia não tem como fazer contraponto e nem explorar eventuais contradições dos suspeitos. As divergências sobre o melhor método de investigar provocou um racha entre delegados e procuradores há duas semanas e, desde então, os inquéritos estão praticamente parados.

A crise foi tão grave que, na semana passada, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, tentou várias vezes promover uma reunião entre Janot e o diretor da PF, Leandro Daiello, para discutir o assunto, mas não conseguiu. Cardozo tentou buscar um consenso e estimular a divulgação de uma nota conjunta, mas não houve acordo.

Nesta segunda-feira, interlocutor de uma das autoridades em questão informou que delegados e procuradores da coordenação da Lava Jato vão se reunir na quarta-feira e tentar acertar novo cronograma de trabalho. A partir daí, é possível que a PF tenha que refazer alguns interrogatórios. Não foi informado onde deverá ocorrer o encontro.

Até o momento, a PF já ouviu os senadores Humberto Costa (PT-PE), Lindberg Farias (PT-RJ), Gleisi Hoffmann (PT-PR) e os deputados Luiz Carlos Heinze (PP-RS), Jerônimo Goergen (PP-RS) e Renato Molling (PP-RS). A PF teria começado a interrogar políticos antes da coleta de provas e dos depoimentos de testemunhas a pedido de assessores parlamentares.