A Justiça da Argentina colocou sob a mira outra empresa da ex-presidente Cristina Kirchner por suas conexões com dois empresários envolvidos em casos de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
O promotor federal Carlos Rívolo acusou nesta segunda-feira (2) a ex-presidente e seu filho Máximo Kirchner, ambos titulares da empresa Los Sauces S.A., por supostos delitos de enriquecimento ilícito e falsificação de documentos públicos.
A causa é investigada pelo juiz federal Claudio Bonadío, o mesmo ante o qual Cristina compareceu há duas semanas para prestar depoimento sobre suposta fraude do Estado na compra de dólar futuro pelo Banco Central.
A Los Sauces é uma firma constituída em 2006 pelo então presidente Néstor Kirchner, morto em 2010, para administrar as propriedades da família. A companhia tem como sócios Cristina e Máximo.
Segundo a denúncia de uma deputada opositora, a companhia havia alugado imóveis a dois empresários muito próximos à família e que atualmente são investigados pelo exponencial crescimento de seus negócios durante o período dos Kirchner no poder.
Um deles é o empresário da construção Lázaro Báez, que ampliou sua fortuna graças a obras públicas e está detido desde o início de abril sob suspeita de lavagem de US$ 5,1 milhões.
O outro cliente dos Kirchner na Los Sauces é o empresário Cristóbal López, que tem negócios nas áreas de cassinos, petróleo e meios de comunicação. Ele é investigado por suposta evasão de 8 bilhões de pesos (US$ 550 milhões) ao fisco.
Para a deputada Margarita Stolbizer, do partido de centro-esquerda GEN, que apresentou a denúncia em abril, estes alugueis na realidade encobriam pagamento de propinas aos Kirchner por favorecimento em licitações de obras públicas e outros negócios.
Máximo e Cristina, presidente argentina entre 2007 e 2015, são investigados também por negócios imobiliários de outra empresa, a Hotesur, a partir de uma série de irregularidades detectadas em seus registros contábeis. Também foi comprovada uma relação comercial desta empresa com Baez.
Nem Cristina nem Máximo se pronunciaram sobre a acusação.
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