Um dos convocados a depor sobre o mensalão do DEM de Brasília nesta segunda-feira (29), o ex-deputado Leonardo Prudente (sem partido, ex-DEM), que aparece nas vídeos do escândalo colocando maços de dinheiro nas meias, disse à Polícia Federal que a quantia era dinheiro de campanha não contabilizado. A informação foi confirmada pelo advogado dele, Herman Barbosa.
"Não é questão de declarar inocência ou culpabilidade. É relatar os fatos como eles aconteceram. Ele manteve a mesma resposta que ele já tinha dado na Câmara: dinheiro de campanha", afirmou o advogado ao deixar a Superintendência da PF.
A versão indicativa de um possível caixa dois de campanha já havia sido apresentada quando Prudente ainda era presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal. Ainda segundo o advogado, o depoimento de Prudente durou meia hora e foi tranqüilo. O ex-deputado respondeu a todas as perguntas formuladas pelo delegado Alfredo Junqueira sempre negando participação no suposto esquema: "Respondeu todas as perguntas que foram feitas pela autoridade policial. Ele não participou de esquema nenhum."
O advogado também afirmou que o nome do ex-governador José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM) também foi citado por Prudente no depoimento. Herman só não revelou as circunstâncias em que o nome de Arruda foi citado. "O nome do ex-governador é sempre mencionado, porque é o governo dele, mas foi mencionado circunstancialmente. É difícil porque eu acabo não sendo fiel ao que o ex-deputado disse", afirmou Herman.
Primeiro dia O primeiro dia de interrogatórios no inquérito do mensalão do DEM de Brasília terminou com saldo de três depoimentos prestados. Levantamento da Polícia Federal divulgado no final da tarde desta segunda mostra que além de Prudente, apenas o empresário Alcyr Collaço e o ex-secretário de Educação do DF José Luiz Valente responderam às perguntas elaboradas pelo delegado Alfredo Junqueira.
O ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM) seguiu orientação dos advogados e permaneceu calado. O advogado Nélio Machado disse que só permitiria as declarações de Arruda depois de tomar conhecimento da íntegra das evidências reunidas no inquérito do mensalão do DEM de Brasília, que tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Seguiram o mesmo caminho do silêncio o ex-secretário de Comunicação do DF Welligton Moraes, o ex-assessor da secretaria de Educação do DF Gibrail Gebrim, o ex-sub-secretário de Justiça e Cidadania do DF Luiz França e Marcelo Carvalho, homem de confiança do ex-vice-governador Paulo Octávio. A PF não revelou como foi o depoimento do empresário José Abdon Bucar.
O ex-chefe da Casa Civil do DF José Geraldo Maciel e o ex-assessor de imprensa de Arruda Omésio Pontes pediram autorização para não prestar depoimento. A PF informou ainda que o empresário Renato Malcotti também foi convocado e não respondeu às perguntas.
Na manhã desta segunda, a PF havia divulgado relação com 11 depoimentos, sem a presença de Malcotti. A lista com os convocados para o segundo dia de interrogatórios só será divulgada nesta terça-feira (30).
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