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Só é possível se pensar em abrir cassinos no Brasil se a discussão for acompanhada de um debate sobre a existência de políticas públicas para a prevenção dos problemas de saúde relacionados ao jogo. A análise é da médica psiquiatra Sílvia Saboia Martins, professora pesquisadora do Departamento de Saúde Mental da Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health, nos Estados Unidos.

Para ela, o enfoque sobre a política em relação a jogos deve ser semelhante às questões sobre álcool e o uso de drogas. "Toda vez que se abre um cassino em algum lugar, há um aumento no número de pessoas com problemas relacionadas ao vício em jogo , conseqüentemente, serão necessários mais profissionais de saúde que saibam tratar desse problema", explica, citando o exemplo de um estudo feito após a abertura de um cassinos na região de Niagara Falls. "O que se viu, cinco anos depois, foi que, além de não ter trazido empregos, agravou os problemas".

De acordo com Sílvia, estudos calculam que, em regiões de cassinos, prevê-se que 1% a 4% da população possa vir a se viciar – número considerado muito alto, principalmente no Brasil, que tem apenas dois ambulatórios para tratamento de pessoas viciadas em jogo – ambos em São Paulo.

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