O diretório nacional do PT divulgou nesta sexta-feira (7) resolução de apoio à presidente da Argentina, Cristina Kirchner, por ter aplicado no país Lei de Serviços de Comunicação Audiovisual, conhecida como Lei de Mídia, que atinge o grupo argentino de imprensa Clarín. Na resolução, o PT diz que a lei contribui para "ampliar a liberdade de expressão" e cobra a regulamentação da mídia brasileira.

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"O Partido dos Trabalhadores defende a adoção, no Brasil, de medidas previstas na Constituição de 1988 e à espera de regulamentação, que impeçam a existência de monopólios, especialmente a concentração de rádios e TVs nas mãos de poucas empresas", diz o texto. O PT afirma que, por esse motivo, acompanhou a decisão do governo e do Congresso da Argentina de aprovar a Lei de Mídias.

"Ao contrário do que afirmam setores da mídia brasileira, a nova legislação argentina contribui para ampliar a liberdade de expressão e aprofundar as transformações democráticas e sociais implementadas pelos governos Nestor e Cristina Kirchner", diz a nota.Na resolução, o partido diz ainda que a "liberdade de expressão, o pluralismo e a tolerância" são "componentes fundamentais" da democracia "especialmente neste momento da história em que a comunicação de massas adquiriu imensa influência".A resolução foi elaborada e aprovada durante reunião do diretório nacional do PT, que teve início na manhã de hoje. Em outra resolução divulgada para comentar as eleições municipais de outubro, o partido acusou a mídia e partidos de oposição de promoverem uma "campanha feroz" para criminalizar a sigla.

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Polêmica

A lei adotada na Argentina determina que os grupos que excedam o número de 24 licenças e que atuem tanto em TV aberta como em TV paga vendam o excedente, o que obrigaria o Clarín a se desfazer de várias de suas concessões.

Desde a aprovação da medida pelo governo, em outubro de 2009, o Clarín e o governo de Cristina Kirchner têm trocado acusações e se engajado na batalha judicial.

Ontem, um tribunal argentino prorrogou uma medida cautelar solicitada pelo Clarín, o maior grupo midiático do país, que impede a aplicação plena da lei.A Sala 1 da Câmara no Civil e Comercial Federal, uma instância de apelação do judiciário argentino, na prática, desobrigou o Clarín a se adequar à lei até que haja uma sentença definitiva ao processo movido pelo jornal, que considera a norma inconstitucional.Antes da resolução, o prazo que possuía o grupo --que edita o jornal de maior circulação no país-- para se adequar venceria nesta sexta.

Nesta sexta, o governo da Argentina apresentou recurso à Suprema Corte para que responda sobre a constitucionalidade da lei.

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