A bancada do PT só vai fazer uma manifestação oficial de apoio à permanência de José Sarney (PMDB-AP) na presidência do Senado na terça-feira (7). A previsão inicial era de que o partido se manifestasse nesta sexta-feira (3), depois do jantar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizado ontem à noite. Diante da reportagem publicada nesta sexta pelo jornal O Estado de S. Paulo, que revela a omissão nas declarações de Sarney feitas à Justiça Eleitoral da propriedade de uma casa em Brasília, o partido resolveu adiar sua declaração.
Isso não significa que a bancada pretenda se rebelar contra as ponderações do presidente Lula. Os petistas deixaram claro que não haverá confronto com Sarney para não comprometer a governabilidade nem o projeto do partido para a sucessão de 2010 em que o PMDB é um aliado estratégico. O adiamento foi apenas uma cautela na expectativa de que alguma nova denúncia possa surgir e, com isso, o presidente Sarney decida, por ele mesmo, se licenciar do cargo.
No jantar de ontem, Lula foi explícito ao destacar a importância de se manter a aliança com o PMDB, não só para votar projetos de seu interesse no Senado, como para evitar instalações de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) que tumultuem o governo, como a da Petrobras, e também para não atrapalhar a candidatura de sua ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Presidência da República.
- PMDB e PT ameaçam retaliar DEM por caso Sarney
- Sarney oculta da Justiça Eleitoral casa de R$ 4 milhões
- Por governabilidade, Lula impõe ao PT apoio a Sarney
- Mendes: pressão em torno de Sarney deve passar logo
- PSDB não quer "tomar o poder" no Senado, diz presidente do partido
- Ideli confirma que Lula receberá Sarney na sexta-feira
- Sarney não pediu reunião para tratar de crise no Senado, afirma Lula
- Sarney ameaça renunciar e Lula enquadra o PT
- Garibaldi e Maciel já são cotados para chefiar Senado