Reunido nesta sexta-feira (4) em São Paulo, o comando do PT decidiu afastar o senador Delcídio do Amaral (MS) e, na sequência, abrir um processo no conselho de ética do partido.
Ele vai ser suspenso por 60 dias. O caso será submetido ao diretório nacional da sigla.
Os petistas estavam divididos sobre o rito ideal para a expulsão do senador. Uma corrente do PT defendia sua expulsão sumária, enquanto outra ala recomendava que fosse estabelecido um cronograma, com o afastamento seguido de julgamento na comissão –e que acabou vencedora.
Rui Falcão, presidente nacional da sigla, era um dos defensores da expulsão sumária. O partido também redige uma nota para conclamar seus militantes a defender o governo federal.
O presidente da Executiva Regional do PT em Mato Grosso do Sul, Antônio Carlos Biffi, protestou contra a ideia de expulsão sumária do senador. Biffi afirmou que Delcídio, de quem é amigo, tem direito de defesa, “como qualquer cidadão”.
“Só me manifestei contra a expulsão sem que ele tenha direito de se defender”, contou Biffi, à saída da reunião. Ele afirmou que o senador está preocupado com a família.
Delcídio foi preso na Operação Lava Jato por suspeita de tentar atrapalhar as investigações do esquema de corrupção na Petrobras. Em gravação feita por Bernardo, filho do ex-diretor da estatal Nestor Cerveró, Delcídio e o advogado Edson Ribeiro –que também foi preso (27)– discutiram uma forma de retirar Cerveró da prisão por meio de influência política no Supremo Tribunal Federal e, depois, retirá-lo do país pelo Paraguai.
Na nota que irá emitir ao final da reunião, o partido também defenderá que o governo Dilma Rousseff leve a cabo as promessas de campanha da presidente, eleita em 2014. O partido tem criticado a política fiscal de Dilma. Integrantes do partido já pediram, inclusive, a saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy.