A tentativa de incluir o PMDB nominalmente no texto sobre a tática do PT para as eleições de 2010 foi derrotada nesta sexta-feira durante o 4º Congresso Nacional da legenda.
A proposta, defendida pela tendência Novo Rumo, pretendia deixar claro a importância do PMDB como "eixo do bloco de apoio" da candidatura da ministra Dilma Rousseff à sucessão presidencial.
"Pretendíamos cimentar a união com o PMDB", disse o deputado Carlos Zaratti (SP).
O deputado José Genuíno (SP), também defensor da mudança, esclareceu que a ideia era não só citar o aliado mas também acrescentar ao bloco de esquerda mencionado no texto original legendas de centro, do qual o PMDB é o principal protagonista.
"A questão concreta é atrair o PMDB. É o principal partido da coalizão e é de centro. Tem que deixar isso claro. A nossa aliança vai da esquerda ao centro", disse Genuíno no evento.
Na defesa do texto original, preparado para ser debatido no Congresso, o deputado Ricardo Berzoini (SP) --que deixa a presidência do PT--, afirmou que a sigla já tem um pré-acordo com o PMDB, acertado em 2009. Berzoini acrescentou que o PT está buscando atrair para a campanha de Dilma toda a base de sustentação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Não queremos tratar de forma diferente nenhum partido", disse o deputado.
Também foi mantida no texto original a centralização, pelo Diretório Nacional do partido, da condução nas alianças nos Estados, apesar da tentativa de alterar a determinação.
A estratégia foi vista como "nefasta" por tendências minoritárias, mas venceu a opinião de que a prioridade do PT é a eleição de Dilma, independente de projetos estaduais.
O Congresso, que reúne 1.350 delegados, teve início na quinta-feira, com debates sobre temas internacionais. Nesta sexta-feira, irá discutir ainda as diretrizes para o programa de governo da candidata Dilma. No sábado, a ministra será aclamada pré-candidata do partido com a presença do presidente Lula.