O PT pediu formalmente à Polícia Federal a abertura de inquérito para apurar suposto vazamento de dados bancários e fiscais do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira. As informações sigilosas seriam para abastecer a campanha eleitoral da candidata petista, Dilma Rousseff, contra o seu principal adversário na disputa, o tucano José Serra.

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A cúpula petista nega envolvimento na elaboração do suposto dossiê. "O PT não fez, não encomendou, nem teve acesso a nenhum dossiê", afirmou o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP). "O PT pediu à Policia Federal que investigue quem vazou e quem fez o dossiê", continuou o líder. "É certo que Eduardo Jorge está sendo investigado pelo Ministério Público e pela Polícia Federal", completou.

No dossiê, constariam três depósitos na conta bancária do tucano e informações da declaração do Imposto de Renda de Eduardo Jorge. Os dados confidenciais obtidos seriam recentes, segundo o jornal Folha de S.Paulo, não fariam parte do trabalho do Ministério Público e estariam disponíveis apenas nos sistemas da Receita Federal e no computador pessoal do tucano. Há um procedimento administrativo do Ministério Público a respeito de depósitos de Eduardo Jorge referente à 2007.

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No documento protocolado hoje na Polícia Federal, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, afasta "com veemência qualquer suspeita de que membros ou integrantes do Partido dos Trabalhadores tenham envolvimento com a prática dos atos relatados" pelo jornal.

Os tucanos reagiram ao dossiê ligando o PT "à prática criminosa" associando a quebra de sigilo fiscal e bancário à campanha petista e ainda lembraram o episódio envolvendo o caseiro Francenildo Costa. Em março de 2006, o sigilo bancário do caseiro, que mantinha conta na Caixa Econômica Federal, foi quebrado, depois que Costa revelou encontros que o então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, mantinha com empresários da chamada república de Ribeirão Preto em uma casa no Lago Sul de Brasília. O caso envolveu outras pessoas ligadas ao PT e provocou a saída de Palocci, hoje deputado federal e um dos principais coordenadores da campanha de Dilma, do ministério.