Derrotas recentes do governo Dilma no Congresso
1º de fevereiro: Eduardo Cunha (PMDB-RJ), desafeto do Planalto, é eleito presidente da Câmara. Ele derrotou o petista Eduardo Chinaglia (SP), apoiado pela presidente Dilma.
10 de fevereiro: os deputados aprovam a PEC do Orçamento Impositivo, que obriga o governo a pagar as emendas dos parlamentares.
10 de fevereiro: o deputado oposicionista Rodrigo Maia (DEM-RJ) é escolhido para comandar a comissão que vai debater a reforma política.
11 de fevereiro: a Câmara decide que o projeto que trava a fusão de partidos políticos vai tramitar em regime de urgência. A decisão mina a intenção do ministro Gilberto Kassab (Cidades), que quer recriar o Partido Liberal e ajudar a esvaziar a oposição ao governo.
Reagindo às sucessivas derrotas que vem sofrendo no Congresso, o PT começou uma movimentação para reagrupar a base aliada à presidente Dilma Rousseff e, por outro lado, contra-atacar a oposição. Nesta quarta-feira, o partido comandou a escolha dos vice-líderes do governo, incluindo um deputado do rebelde PMDB, e formou um bloco com 39 deputados de partidos da base para trabalharem em conjunto nas votações na Câmara.
Câmara acelera projeto que trava fusão de partidos
Integrantes do PT também pediram uma audiência na tarde desta quarta-feira (11) à vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko. Segundo o líder do PT na Câmara, Sibá Machado (PT-AC), o objetivo da visita será protocolar uma representação em que a bancada do PT pede ampliação das investigações realizadas no âmbito da Operação Lava-Jato. No mesmo documento, pedem providências contra o "vazamento seletivo" de informações relacionadas à Lava-Jato.
A intenção dos petistas é dividir os holofotes com partidos da oposição especificamente o PSDB no noticiário negativo sobre o esquema de corrupção da Petrobras, que tem atingido em maior escala políticos do PT.
Na terça-feira (10), o partido começou a colher assinaturas para incluir um adendo no objeto de investigação da CPI da Petrobras. O partido quer que sejam apuradas também supostas irregularidades em contratos da estatal com empreiteiras que possam ter ocorridas no período de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) na presidência da República, entre 1995 a 2002.
Outra estratégia que tem sido adotada pelos governistas é negar que o Palácio do Planalto esteja vivendo um momento de crise. Ontem, o governo sofreu novas derrotas com a aprovação da PEC do Orçamento Impositivo e a indicação de um deputado do DEM para presidir a comissão da reforma política. O governo já vinha sendo bombardeado pela oposição e por parte considerável da base, que ficou ao lado de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na eleição para a Presidência da Câmara, contrariando o trabalho do Planalto para derrotá-lo.
"Não sei de onde vocês tiraram essa ideia de que o governo ontem foi derrotado. Essa versão é pouco consistente. Não criemos derrotas quando elas não existem", afirmou o líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), que disse estar trabalhando na reaproximação com o PMDB, principal partido aliado.
"Se tem um partido que estamos dialogando é com o PMDB. Já fiz duas conversas, conversei com Henrique Alves (ex-presidente da Câmara) ontem, hoje com Leonardo Picciani (novo líder do PMDB). Não há crise nisso, é uma relação que estamos recompondo com paciência e sabedoria, está vencida essa pauta", disse.
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