Em reunião da Executiva Nacional do PT, dirigentes do partido expressaram na terça-feira (20) descontentamento com a coordenação da campanha da pré-candidata do partido à Presidência da República, Dilma Rousseff. A portas fechadas, petistas cobraram mudanças na agenda e a apresentação de novas propostas, algo que vá além da comparação entre os governos Lula e Fernando Henrique. Desde que deixou o governo, há 21 dias, Dilma foi a Minas, Ceará e Rio Grande do Sul. Nos dois primeiros Estados, ela teria provocado mal-estar na relação com aliados do PMDB e do PSB.
A cúpula do PT avaliou que Dilma ainda não conseguiu abandonar o discurso de ministra, recheado de explicações técnicas. A estratégia de comparar as gestões do PT e do PSDB também é considerada insuficiente, pois o eleitor mais jovem não tem lembrança do governo tucano. Outro problema detectado foi em relação à agenda de Dilma, definida como "politicamente fraca". No diagnóstico de dirigentes petistas, o comando da campanha levou a pré-candidata a situações embaraçosas, como no Ceará, reduto do deputado Ciro Gomes (PSB).
Antes disso, em Minas, Dilma pareceu pregar uma parceria do PT com o governador Antonio Anastasia (PSDB), aliado do tucano Aécio Neves, que resultaria na chapa "Dilmasia". A campanha é coordenada pelo presidente do PT, José Eduardo Dutra, candidato a deputado. "É uma avaliação equivocada dizer que a campanha da Dilma está limitada à comparação entre governos, mas eu não vou fazer comentários porque não houve resolução do partido", afirmou Dutra. "São debates internos da Executiva e opiniões pessoais."
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