Rapaz de Carambeí estaria no prédio atingido pelo avião
Familiares de Gustavo Pereira Rodrigues, 23 anos, saíram às pressas ontem de Carambeí, nos Campos Gerais, e passaram o dia em São Paulo procurando pelo rapaz, de hospital em hospital. A esperança é de que ele esteja ferido e inconsciente. O nome de Gustavo Rodrigues não consta na lista de mortos, machucados ou desaparecidos, mas ele ligou para a noiva, na terça-feira, avisando que teria uma reunião no prédio da TAM Express que foi atingido pelo Airbus. Desde então, não fez contato com a família e a mensagem no celular é de que o aparelho está desligado.
Quatro pessoas do Paraná estão na lista dos mortos no trágico acidente com o Airbus 320 da TAM, que no início da noite desta terça-feira derrapou na pista e se chocou contra o prédio da empresa próximo ao Aeroporto de Congonhas, em São Paulo.
Os curitibanos Roberto Wilson Weiss Júnior, de 38 anos, e Soraya Charara, o empresário e engenheiro de Maringá, Heurico Tomita, de 51 anos, e o auditor contábil José Antonio Lima da Luz, 59, que mora em Londrina, estão na lista de vítimas, divulgada pela TAM.
Curitiba
Weiss Júnior nasceu em Curitiba mas desde 2003 morava com a mulher e as duas filhas, de 9 e 14 anos, em Porto Alegre. Ele era diretor-executivo da Dipesul (rede de concessionárias Volvo no Rio Grande do Sul) e viajava para São Paulo para participar de um encontro de pós-venda da empresa. O retorno à capital gaúcha estava marcado para sexta-feira (20).
A mulher e as duas filhas vêm de carro para Curitiba e na manhã desta quinta-feira, as três seguem também de carro para São Paulo, onde farão o reconhecimento do corpo. O dia, o local e o horário do enterro ainda não foram informados.
A secretária de Weiss Junior, Regina Inês Koszeniewski Gomes, disse por telefone que o diretor viajava com freqüência. "Ele ia muito para Curitiba de avião. Desta vez era um encontro profissional", disse.
Outra curitibana que morava fora do estado era Soraya Charara, de 42 anos. Ela residia há pelo menos 30 anos em Porto Alegre com a família: marido, três filhos, duas meninas, de 20 e 16 anos, e um menino de oito, além de duas netas de quatro e dois anos.
Soraya embarcou no vôo JJ 3054 com outras duas colegas para organizar e coordenar o Seminário Jurídico do Instituto de Estudos dos Direitos do Contribuinte (IDEC) - evento que estava previsto para começar nesta quarta-feira em São Paulo e Minas Gerais, mas foi cancelado por causa da tragédia.
Ela trabalhava desde novembro de 2002 na sede gaúcha do escritório Édison Freitas de Siqueira Advogados Associados e não costumava viajar. Era Gerente Nacional de Controladoria Estratégica do escritório e diretora da Fundação Freitas de Siqueira. "Era o braço direito do presidente", resume o colega de trabalho Luciano Medina Martins. A curitibana estava no último ano do curso de Direito na Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), em Canoas, região metropolitana de Porto Alegre.
"A Soraya era admirada por todos pela facilidade em lidar com a responsabilidade sem perder a alegria e a serenidade", disse a jornalista Juliana Assur, de 26 anos, que trabalhava diretamente com Soraya.
Ninguém da família da curitibana embarcou para São Paulo para fazer o reconhecimento do corpo. O escritório de advocacia mandou representantes que estão cuidando de todos os detalhes.
Maringá
A outra vítima morava há mais de 40 anos em Maringá, mas nasceu em Londrina. O nome do empresário e engenheiro Heurico Tomita, de 51 anos, também consta na lista de vítimas do acidente com o Airbus 320 da TAM. Um irmão de Tomita esteve no Instituto Médico Legal (IML) Central de São Paulo para reconhecer o corpo do engenheiro.
Tomita morava em Maringá onde era diretor da empresa Consolit Engenharia de Maringá. A empresa tem uma filial na cidade de Cachoeira do Sul, no Rio Grande do Sul. O engenheiro viajava com freqüência para a cidade para acompanhar obras da empresa. Tomita estava voltando do Rio Grande do Sul para São Paulo, de onde pegaria um vôo para o Paraná.
Londrina
O auditor contábil José Antonio Lima da Luz, de 59 anos, foi à capital gaúcha na segunda-feira visitar a mãe. Ele era gaúcho, mas morava em Londrina há oito anos com a mulher Ilza Lima da Luz. O retorno estava previsto para a noite de terça-feira. Ele chegaria em Congonhas e pegaria um vôo para Londrina.
Antes de embarcar no vôo JJ 3054 da TAM, Luz ligou para o amigo e gerente da Unicred, onde trabalhava, Júlio Cesar Pires Furtuoso. "Ele me disse que não ia conseguir chegar a tempo porque estava chovendo muito e o vôo estava atrasado", relembra o amigo.
Júlio esteve ao lado de Ilza desde o momento em que o trágico acidente foi divulgado. Imediatamente, os dois começaram a ligar no celular de Luz para obter informações. "Foi uma agonia, porque não sabíamos se ele estava no vôo ou não", diz Júlio. Ilza só foi avisada ofialmente pela TAM que o marido estava no vôo 3054 por volta de 1h da madrugada - mais de seis horas depois do acidente.
A confirmação da morte, conta Júlio, veio nesta manhã. "Ela (Ilza) ficou chocada. Era a única pessoa que ela tinha", diz, citando que o casal não tinha filhos. O corpo do auditor foi um dos primeiros a ser reconhecido no IML Central de São Paulo. Ilza embarcou nesta manhã para a capital paulista para cuidar do traslado do corpo do marido.
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