McCarthy: autor de "A Estrada" vendeu a máquina de escrever que comprou em 1963 por 50 dólares.| Foto: Divulgação

Curitibano quer segurança, mas ninguém prioriza o tema

A principal reivindicação dos moradores de Curitiba para o próximo prefeito não é o carro-chefe do discurso de campanha dos pré-candidatos. Nem mesmo do atual prefeito e favorito na disputa em 2008. Na lista de prioridades apontada pelos curitibanos, a segurança pública lidera com 42,78%, seguida por mais investimentos em saúde, educação, novos postos de trabalho e construção de casas populares.

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O ex-prefeito de Curitiba Rafael Greca (PMDB) é o campeão de rejeição entre os pré-candidatos à prefeitura de Curitiba. Segundo o levantamento Gazeta do Povo/Paraná Pesquisas, 35,12% dos entrevistados não votariam nele de jeito nenhum. Encostados no peemedebista, aparecem o deputado estadual Carlos Simões (PR) e o deputado federal Ratinho Júnior (PSC).

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Apesar de Greca se destacar na pesquisa como o nome do PMDB com melhor desempenho – 6,46% – a alta rejeição pode interferir nos seus planos. Ele tenta articular a candidatura a prefeito depois da derrota sofrida na última eleição para deputado estadual, em que não conseguiu a reeleição. Para não ficar fora do cenário político, ganhou do governador Roberto Requião (PMDB) a presidência da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar).

Para o doutor em Ciência Política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ), Emerson Cervi, a rejeição tem um peso decisivo em uma candidatura e é uma das causas que explica o favoritismo do prefeito Beto Richa, que tem uma rejeição de apenas 11,93% e ainda 77,9% de aprovação. "O eleitor, neste momento, avalia a atual gestão como intenção de voto. Como o prefeito está na frente, isso é uma prova de que a gestão dele está bem avaliada. Não representa tanto a intenção de voto, mas o baixo índice relativo de rejeição."

A rejeição baixa também explica a boa colocação de Rubens Bueno (PPS) e Gleisi Hoffmann (PT) na pesquisa. O fato de terem participado das últimas eleições majoritárias, segundo o cientista político, é outro fator que oferece aos dois uma certa vantagem sobre os demais. Rubens Bueno está mais presente na memória do curitibano porque disputou a eleição para prefeito e governador.

Na mesma posição de visibilidade está a petista. Para Emérson Cervi, não foi surpresa Gleisi aparecer em terceiro lugar porque, embora tenha sido a mais votada para o Senado em Curitiba, é preciso levar em consideração que o senador Alvaro Dias (PSDB) nunca foi campeão de votos na capital. "Ganhar do Alvaro em Curitiba em uma eleição majoritária em que só disputaram dois candidatos não é um feito tão extraordinário assim, ao contrário do que dizem."

Cervi faz questão de destacar que, quando as candidaturas estiverem definidas, no final do primeiro semestre de 2008, a tendência de voto pode mudar. Uma pesquisa de intenção de voto faltando mais de um ano para a eleição, segundo Cervi, representa na verdade uma lembrança de nome, uma espécie de "memória de voto", e não é raro que o atual prefeito, governador ou presidente apareçam de maneira privilegiada. (KC)

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