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Henrique Pizzolato chega  ao Brasil para cumprir pena do mensalão. | Pedro Ladeira/Folhapress
Henrique Pizzolato chega ao Brasil para cumprir pena do mensalão.| Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

Pousou às 6h25 no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, o avião comercial da TAM, voo 8063, que trouxe Henrique Pizzolato da Itália. Condenado no mensalão, o ex-diretor do Banco do Brasil veio sentado no fundo da aeronave, ao lado de um delegado da Polícia Federal, dois agentes da PF e uma médica. Ele foi vaiado por um grupo de passageiros no fim do voo.

A pressão arterial de Pizzolato foi medida uma vez durante a viagem e estava normal. Ele jantou, viu filmes, mas não levantou nem para ir ao banheiro durante as mais de onze horas de voo. Leu a Bíblia, conversou com os agentes boa parte do tempo e não estava algemado, disseram testemunhas. Depois do desembarque em Guarulhos, Pizzolato foi conduzido para uma delegacia da PF no aeroporto, onde foi algemado.

O grupo pegou, por volta das 7h30, um avião da PF para Brasília, onde Pizzolato fará exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML). Depois, ele será levado para o presídio da Papuda, onde ficará preso.

O engenheiro Cornélio Antonio Pereira, 53 anos, que estava no mesmo voo de Pizzolato, disse que a viagem foi tranquila e que o ex-diretor não foi alvo de protestos. “Definitivamente não foi hostilizado”, resume.Segundo Pereira, houve apenas uma “pequena vaia” a Pizzolato quando o avião já estava em Guarulhos.

Brasília

O ex-diretor do BB chegou às 8h45 desta sexta-feira (23) a Brasília. Do aeroporto de Brasília, Pizzolato foi levado em um carro descaracterizado da Polícia Federal, escoltado por outras duas viaturas, ao Instituto Médico Legal (IML) de Brasília, para fazer exame de corpo de delito. Ele chegou ao instituto às 9h25 e entrou direto para a sala do médico legista, onde permaneceu por cerca de meia hora. Pizzolato não falou com a imprensa. Segundo a Polícia Civil, no exame não foi constatada qualquer lesão.

Por volta das 10h, sem algemas e com um colete à prova de balas, o ex-diretor do Banco do Brasil foi levado para o Complexo Penitenciário da Papuda, onde outros condenados no processo do mensalão já estiveram presos. Pelo menos 11 policiais federais participaram da operação de transferência de Pizzolato.

O caso

Henrique Pizzolato deixou a penitenciária de Sant’Anna de Modena, no norte da Itália, no início da manhã de quinta-feira (22). Ele foi levado em uma van pela polícia até o aeroporto de Milão, onde embarcou no voo da TAM às 22h30min de quinta-feira (22).

Presença de Pizzolato em avião gera protestos de passageiros

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Nos próximos dias, os advogados de Pizzolato vão ingressar no Supremo Tribunal Federal (STF) com um pedido de revisão criminal. Na prática, trata-se de um pedido para um novo julgamento na Corte. Para fazer uma solicitação desse tipo, o condenado na Justiça precisa trazer alguma prova nova que não tenha sido analisada anteriormente.

É o sogro de Pizzolato, João Francisco Haas, quem tem se reunido com um grupo de três advogados para montar as estratégias para o pedido de revisão criminal. Eles contam com a ajuda de Andréa Haas, companheira de Pizzolato há cerca de 30 anos. Advogado que atua na área de direito imobiliário, João Francisco publicou em junho o livro “O verdadeiro processo do mensalão”, no qual defende que o genro não praticou nenhum crime. Em entrevista á reportagem, ele preferiu não falar que novas provas são essas a serem anexadas à ação. Afirmou também que foi estratégico esperar passar um tempo para ingressar com o pedido, uma vez que há novos ministros no Supremo.

“O receio que se tinha em entrar com revisional é que enquanto o ministro Joaquim Barbosa permanecesse [no STF], a gente sabia dos posicionamentos e imposições dele”, afirmou João Francisco, que diz que os ministros não podem levar em conta no julgamento desse recurso o fato de Pizzolato ter fugido do país: “Não atrapalha [a fuga do Brasil]. O Pizzolato não é um fugitivo da Justiça, mas da injustiça”, completou.

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