A Gazeta do Povo começou a publicar na terça-feira (8) uma série com curitibanos que vão e que não vão às manifestações do próximo domingo (13). Cada um apresenta seus motivos. Nesta quinta, mais duas personagens.
Eu vou! - Regina Kippel
Aos 64 anos, Regina Kippel diz que queria curtir a aposentadoria, mas não consegue ficar parada em casa diante da situação que se instalou no país. “Eu queria estar cuidando do meu jardim, mas passo o dia conversando com as pessoas e lendo sobre tudo o que está acontecendo no país”, contou.
Ao descrever os motivos que a levarão às ruas de Curitiba no próximo domingo (13), dona Regina afirma que poderia até escrever um livro sobre o assunto. A aposentada afirma que viveu várias épocas do país e que em todas elas o povo é explorado e segue na expectativa de que as mazelas sociais se resolvam.
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Leia a matéria completa“O Lula foi eleito com esse discurso de que iria trazer justiça social e o combate à corrupção, o que eu acho uma bela ironia. Eu aprendi na vida que a gente faz o que a gente promete”, afirmou. Para ela, o ex-presidente não cumpriu o que prometeu e deixou o povo em uma situação pior do que se encontrava antes.
“O povo acreditou no Lula e o que vimos foi uma desgraça. Povo sem saúde, sem educação, sem saneamento, sendo extorquido pelo pagamento de impostos e com esse tanto de corrupção”, criticou.
Regina ainda afirma que vai às ruas mostrar apoio às investigações da Lava Jato. “O doutor Deltan [Dallagnol, procurador do MPF] tem uma frase que eu gosto muito. ‘Quem rouba milhões, mata milhões’. No Brasil vemos uma mortandade de sonhos e vidas em função da má gestão e do roubo. Isso precisa mudar”, completou.
Vemos uma mortandade de sonhos e vidas em função da má gestão e do roubo.”
Não vou! - Adelaide Fortes
A aposentada Adelaide Fortes,68 anos, disse que nunca cogitou ir às ruas para protestas neste domingo (13). Ela, que viveu e protestou contra o governo militar durante a década de 70, afirma que defende a legitimidade da presidente Dilma Rousseff ocupar o posto de presidente da República.
“Impensável participar de um movimento que tem como principal objetivo derrubar uma presidente eleita pelo voto democrático”. Para ela, os discursos que acabam predominando durante as manifestações são preconceituosos e fortalecem o discurso de ódio dentro da sociedade. “As pessoas bradam contra a corrupção na companhia dos maiores e mais conhecidos corruptos do país. Não vou estar ao lado de uma elite econômica que exala ódio”, afirmou.
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Leia a matéria completaAdelaide também critica a utilização da imagem do juiz federal Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato em Curitiba, durante as manifestações e acredita que Moro tem agido de forma arbitrária. “Não é concebível exaltar um juiz que rasgou a constituição em uma perseguição ao Lula e ao PT”, criticou.
Ela ainda afirma que continua acreditando na importância das manifestações populares, mas que deve ir em que possa se sentir representada. “Nessa eu não vou, obrigada. Vou esperar outra, naquela que eu possa me vestir de vermelho e ser feliz”, comentou. “Continuo acreditando fortemente na importância das manifestações populares para forçar mudanças, sejam para melhor ou para pior”.
Vou esperar outra [manifestação], naquela que eu possa me vestir de vermelho e ser feliz.”