O relatório final da CPI do Cachoeira teve sua leitura novamente adiada nesta quinta-feira (22) após um pedido do relator da comissão, deputado Odair Cunha (PT-MG), que disse manter um diálogo com as lideranças partidárias e, por isso, precisa de mais tempo antes de ler seu documento.
O relatório, com mais de 5 mil páginas e que pede o indiciamento de 46 pessoas, foi apresentado na quarta-feira (21) e, depois da pressão de membros da CPI mista, sua leitura foi adiada para esta quinta. Agora, a leitura está marcada para a próxima quarta-feira (28).
"Quero pedir para ler o relatório na próxima semana. Quero ultimar esforços necessários para o diálogo possível (com os demais líderes). Solicito então o adiamento da leitura", disse Cunha no início dos trabalhos da comissão.
O adiamento dividiu os membros da CPI. O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) disse que o apoiava. "Ele tem o direito de fazer esse pedido", afirmou.
Porém, ele criticou as partes do relatório que apontam desvios do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pedindo inclusive que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) o investigue por suposta omissão na Operação Vegas, da Polícia Federal.
Já o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) criticou o novo adiamento. Segundo ele, o relator deveria ler seu relatório e a comissão decidir se acata ou não.
"Fui subrelator de várias CPIs e nunca houve um momento em que o relator apresentasse seu relatório e depois, por insegurança, adiar a leitura. Que não tivesse apresentado", disse o tucano.
Uma fonte próxima ao relator disse à Reuters, sob condição de anonimato, que Cunha está se sentindo muito pressionado para mudar partes do relatório, inclusive pela cúpula do seu partido.
O presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), disse que o relator poderá fazer modificações no relatório apresentado na quarta.
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