O relator do processo de cassação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Fausto Pinato (PRB-SP), relatou a integrantes do Conselho de Ética, a portas fechadas, que recebeu ameaça de morte de um motoqueiro, em São Paulo. “Diz ao deputado que é para parar com isso. Ele quer ir pro céu? Aqui é tão bom, por que ele quer ir pro céu?”, teria dito o motoqueiro ao motorista do parlamentar.
Deputados que ouviram o relato de Pinato afirmaram que a ameaça teria se dado no momento em que o deputado e sua mulher deixavam a filha na casa da sogra. Um motoqueiro teria batido no vidro do carro e falado com o motorista do deputado.
Ainda segundo o relato de Pinato a integrantes do Conselho, alguns deputados lhe disseram ter recebido telefonemas de pessoas com orientações para que ele tome precauções para assegurar a sua segurança e a de sua família.
A informação sobre a suposta ameaça a Pinato e a familiares foi tornada pública pelo deputado Sandro Alex (PPS-PR), vice-presidente do Conselho de Ética. “Cabe à Mesa Diretora zelar pela dignidade e respeito das prerrogativas constitucionais de seus membros. Eu questionei o relator da matéria, deputado Pinato, se ele ou alguém de sua família sofreu qualquer tipo de constrangimento ou ameaça nos últimos dias. Ele disse que sim. Então, requeiro que vossa excelência designe segurança para o deputado Pinato e sua família”, afirmou Alex na sessão plenária desta quinta, se dirigindo a Cunha.
Horas depois o presidente da Câmara divulgou ofício em que solicita ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, instauração de inquérito pela Polícia Federal para apurar a suposta ameaça, além de proteção policial a Pinato e a seus familiares.
Após se reunir com integrantes do Conselho, Pinato saiu apressado da sala do Conselho, sem falar com a imprensa. As poucas palavras que disse no caminho até o plenário da Câmara foram no sentido de que irá cumprir o seu dever apesar das ameaças que diz ter recebido.
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