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Relator designado pelo presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), para dois dos três processos que tramitam contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), no órgão disciplinar, Almeida Lima(PMDB-SE) ameaçou nesta terça-feira (2) os parlamentares que atacarem a "lisura" dele na análise dos processos contra o presidente da Casa. "A minha história não autoriza esse tipo de coisa. Quem vier falar de mim, terá que cuidar do seu passado. Eu não tenho papas na língua nem rabo preso!", afirmou.
Lima ainda disse, antes de entrar no encontro,que já começou, no Conselho de Ética, que não tem prazo para concluir as investigações. "Não vou me submeter ao tempo da mídia. Não tenho tempo, não tenho prazo e não tenho previsão. Não conheço nada do processo. Sequer o conteúdo dele. Não sei a complexidade do processo", advertiu.
Quase um mês depois de pedir a cassação de Renan Calheiros por quebra de decoro na primeira representação, o órgão disciplinar vai analisar o relatório do senador João Pedro (PT-AM), que pede a paralisação da representação número dois, em que Renan é acusado de tráfico de influência para facilitar a instalação da cervejaria Schincariol, em Alagoas.
Leomar Quintanilha negou que os dois processos que serão relados por Lima, motivo de discórdia no Conselho, terão um único parecer. "Serão duas decisões do senador Almeida Lima", explicou.
O senador Aloízio Mercadante (PT-SP) concorda que a tramitação seja simultânea, mas com relatores diferentes. "Eu defendo a tramitação conjunta das três representações para que se faça uma análise global do decoro do senador Renan Calheiros. Mas não haveria sentido em juntar duas representações em uma única relatoria. A presidência poderia estabelecer uma data de referência, por exemplo, de 30 dias para que os relatores apresentarem o seu trabalho", defendeu Mercadante.
Acusações
As duas representações que serão relatadas por Almeida Lima foram apresentadas pela oposição. Na primeira, apresentada pelo Democratas e PSDB, Renan é acusado de ter utilizado "laranjas" para adquirir veículos de comunicação em Alagoas. Na outra, de autoria do PSOL, o presidente do Senado é suspeito de ter participado de um esquema de arrecadação de recursos em ministérios liderados por seu partido, o PMDB.
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