O relatório da subcomissão para Fundos de Pensão da CPI dos Correios revela que, em cinco anos, os fundos de pensão fizeram investimentos que resultaram num prejuízo da ordem de R$ 730 milhões. Entre os que tiveram as maiores perdas estão a Prece (Cedae), Sistel (antiga Telebras), Petros (Petrobras), Funcef (Caixa) e Postalis (Correios). Agora, as 50 pessoas e empresas que mais lucraram com essas operações que deram prejuízos aos fundos devem ser convocadas pela CPI.
Entre as corretoras que geraram perdas acima de R$ 1 milhão estão: Laeta, Nova Invest, Cruzeiro do Sul, Fator Dória, Bônus Banval, São Paulo, Clic Trade, Planner, Socopa e Wal Pires. Entre os beneficiários, foram identificados pelo menos três nomes: José Carlos Batista, Cristian de Almeida Rêgo e Cristiano Costa Beber.
Todos esses detalhes sobre as investigações sobre os fundos de pensão foram apresentadas pelo sub-relator da CPI, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA) em sessão fechada da comissão, no Senado, para que pudessem ser revelados dados obtidos pela quebra de sigilo bancário.
A CPI analisou investimentos em Bolsas de Valores e em Títulos Públicos que os 14 fundos de pensão de funcionários das estatais fizeram e desconfiou de muitas operações porque os fundos sempre perdiam dinheiro enquanto algumas empresas e pessoas lucravam com as mesmas.
Antônio Carlos Magalhães Neto destacou que o trabalho de 32 dias para elaboração do relatório deve ser encarado como "ponto de partida" para as investigações.
- As informações são parciais e poderão ser revistas em função dos trabalhos complementares - ressaltou.
Segundo ele, o foco é na figura do beneficiário final, que pode ter obtido ganhos com a perda dos fundos de pensão.
- Foi exatamente quem pode ter dado prejuízo considerável para os fundos de pensão - afirmou.
E completou:
- É inquestionável que houve perdas significativas para os fundos de pensão. Vamos mostrar essas perdas, como se operou de ano a ano e quem ficou com o resultado positivo da perda do fundo de pensão.